Prisão preventiva

Preso policial acusado de matar garoto na RMC

O cabo Alexandre Müller, 36 anos, lotado no Batalhão de Guarda (BPGD), da Polícia Militar, foi preso ontem à noite em São José dos Pinhais. Ele é suspeito de assassinar o adolescente Marcos Emanuel Batista Xavier, o “Choro”, 16 anos, na tarde de domingo. Outra jovem, Elisiane Oliveira Dias, 21, também foi baleada, mas sobreviveu. O cabo é investigado pelo Ministério

O delegado Gil Tesserolli, de São José dos Pinhais, ouviu quase 10 testemunhas. Elas contaram que houve uma briga de casal, numa das ruas do Jardim Jurema. A Guarda Municipal foi chamada, mas quando a equipe chegou, o casal já tinha encerrado a discussão. Cerca de uma hora depois, conforme disseram as testemunhas, o cabo Müller apareceu e atirou contra um grupo na rua. Atingiu Marcos e Elisiane. Eles eram apenas conhecidos do casal que brigou, e ninguém sabe explicar por que Marcos e Elisiane foram baleados.

Protesto

Na terça-feira, depois de saírem do enterro de Marcos, amigos e familiares da vítima se manifestaram em frente à delegacia. O delegado aproveitou e ouviu testemunhas. Com base nos depoimentos pediu a prisão preventiva do policial. Quando soube que era procurado, Müller se apresentou no quartel com seu advogado e está preso no batalhão. Nenhuma arma foi entregue. Porém, em busca na casa do cabo, alguns cartuchos deflagrados de calibre 12 foram apreendidos. Eles serão comparados com os cartuchos recolhidos pela população no local do crime. Tesserolli deve interrogar hoje o policial.

MP já tinha pedido prisão

O cabo Müller é investigado pelo Grupo de Atuação no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP, suspeito de duas execuções no Jardim Jurema. Ele e outro policial teriam executado Elias de Oliveira Reis, o “Diego”, em 17 de janeiro. Os policiais alegaram que “Diego” fazia a segurança de um traficante e reagiu à abordagem. No entanto, o Gaeco acredita que não houve confronto.

Em 1.º de fevereiro, Júlio Cesar de Lima foi morto pela mesma equipe policial. Segundo as investigações do Gaeco, Júlio Cesar morreu porque teria testemunhado a morte de “Diego”. Segundo informações, ele viajava ao Paraguai e trazia armas para traficantes. “Diego” seria um de seus “clientes”.

Desarmado

Em alguns depoimentos ao Gaeco consta que Júlio foi detido, desarmado, foi algemado e colocado com vida na viatura. A perícia descobriu que, depois que a vítima já estava morta, com dois tiros no peito e outros na cabeça, os assassinos colocaram um colete balístico em Júlio.

O Gaeco solicitou mandado de prisão aos policiais suspeitos e de busca e apreensão na casa de ambos, mas a Justiça negou os pedidos. A alegação foi que não havia provas suficientes de execução; não havia a necessidade da prisão dos policiais, para continuar as investigações; e não havia indícios de haver objetos ilícitos nos locais onde foram pedidas as buscas.

Familiares das vítimas foram ao Gaeco, informando que o cabo e o outro policial investigado estavam intimidando os moradores do Jardim Jurema, prometendo matar testemunhas.

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