C.R.B. está sendo mantido em cela especial. |
?Teu pai faz sexo com você? Porque o meu faz.? Foi a partir desta conversa inocente entre duas garotinhas de 8 e 10 anos que o pedófilo C.R.B., 32 anos, foi parar atrás das grades. Pedreiro, morador em Almirante Tamandaré, ele foi preso na tarde de segunda-feira em Curitiba, onde se escondia em casa de parentes, no bairro Mercês. C.R.B. confessou à polícia que além de abusar sexualmente da própria filha, também molestava outros cinco sobrinhos – com idades entre 4 e 10 anos -, sendo eles quatro meninas e um garoto.
De acordo com o delegado de Almirante Tamandaré, Átila da Rold Roesler, há três anos o acusado abusava da filha dentro da própria casa, onde morava com a esposa R.B., e com outros dois filhos, de 11 e 4 anos. ?A mulher dele era conivente com a situação e nunca contou pra ninguém o que o marido fazia?, disse o delegado.
O abuso só chegou ao fim no mês de dezembro, quando a filha do pedófilo perguntou a uma prima se o pai dela também fazia sexo com ela. A garota respondeu que não, mas contou que um dia o ?tio? C. tirou toda a sua roupa e passou a mão pelo seu corpo. A ingênua conversa chegou aos ouvidos da família, que começou a perguntar às crianças o que o ?tio? fazia com elas. Revoltados com o que ouviram, os pais das vítimas acionaram a polícia.
Abuso
De acordo com o delegado, as meninas disseram que os abusos aconteciam durante as reuniões de família, quando ele escolhia uma delas, a levava para um canto da casa e oferecia bala. Sem os pais perceberem, C. a molestava e esfregava o corpo dele contra o da criança escolhida. Depois oferecia dinheiro para que a vítima não contasse o que havia feito. Na delegacia, a filha do pedreiro disse que ele ?fez de tudo? com ela, apenas não a penetrou. ?Ele tentou fazer sexo com ela, mas não conseguiu porque a própria estatura da garotinha não permitiu?, explicou o delegado.
A menina também contou que, quando ela dizia que ia dizer às tias o que o pai fazia, C. a colocava dentro do carro e levava para um lugar ?bem longe?, ameaçando abandoná-la. Depois da prisão do pedófilo, a filha dele foi submetida a tratamento psicológico.
Prisão
A partir dos depoimentos dados pelas crianças e pelos pais das vítimas, em janeiro, a prisão preventiva do pedreiro foi decretada. Mas ao saber que a família descobriu o que ele fazia com as crianças, o pedófilo fugiu de Almirante Tamandaré.
Revoltados, os parentes uniram-se à polícia e descobriram onde ele havia se escondido. Na tarde de segunda-feira, os policiais montaram campana em frente à casa de um parente dele, nas Mercês, e o detiveram. ?Ele não reagiu à prisão e, com bastante frieza, confessou tudo o que fez, alegando que não conseguia se controlar diante das crianças?, disse o delegado.
A mulher dele não se apresentou à polícia e, segundo familiares, R. chegou a ameaçá-los se eles acionassem as autoridades. O delegado informou que, se ela não se apresentar, será solicitada a sua prisão preventiva e R. responderá por co-autoria dos crimes.
O pedreiro, que vai responder por atentado violento ao pudor e corrupção de menores, está preso em uma cela individual para que a sua integridade física seja preservada. O nome do pedófilo foi omitido para que suas vítimas não sejam identificadas.