Passando-se por produtor da Rede Globo, Marcelo Hidalgo Silva Alvin, 43 anos, aplicou diversos golpes em Curitiba. Dez vítimas já procuraram a polícia, entretanto, estima-se que ele tenha passado para trás cerca de 50 pessoas na capital. Segundo a investigação da Delegacia de Estelionato e Desvio de Carga (DEDC), Marcelo dizia ter vindo ao Paraná em busca de novos talentos para programas de televisão.

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Para tonar o golpe convincente, segundo a polícia, ele apresentava holerites falsos com o timbre da emissora, além de crachás de roteirista e diretor de televisão. Depois que as denúncias chegaram à delegacia, Marcelo começou a ser investigado e foi preso na manhã de quinta-feira (5), em um apartamento no Bairro Alto.

O local era utilizado como escritório, onde havia equipamentos para filmagem, que reforçavam o discurso persuasivo do falso diretor de TV.

Promessas

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“Ele cobrava entre R$ 300, R$ 500 e R$ 1 mil para supostamente agenciar os atores. Oferecia facilidades para que as vítimas conseguissem o registro de artista e cobrava as taxas, mas nunca entregava o prometido”, explicou o delegado Wallace Brito.

“Em um dos casos, a vítima foi convencida a comprar cerca de R$ 15 mil em equipamentos para uma produção. Chegaram a fazer filmagens no Litoral, mas no fim a pessoa acabou descobrindo que não passava de um golpe”, comentou o delegado.

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Vítimas

De acordo com as vítimas, Marcelo tem um grande poder de convencimento. “Ele é cativante, conversava com todos. É uma pessoa culta, que fala vários idiomas. Se tivesse usado todo o talento e as habilidades que tem para algo bom, teria sucesso”, disse Ricardo Ruas Silva, que recebeu a promessa de trabalhar como técnico de um canal da Globosat.

“Comecei a pesquisar e descobri que o discurso dele não era verdadeiro. A essa altura, já havia entregado R$ 950 para ele ‘agilizar’ meu registro profissional”, lamentou Ricardo.

Lucy Todeschini, proprietária do imóvel no Bairro Alto, alugado para Marcelo, disse que o golpista começou a agir com os próprios inquilinos do prédio.

“Várias pessoas foram enganadas pelo papo persuasivo dele. Diante da documentação que apresentou e dos argumentos, era difícil não acreditar. Até minha enteada, que faz aulas de teatro, se tornou vítima e entregou dinheiro para ele”, disse Lucy. Segundo ela, após pesquisar na internet, descobriu que o falso produtor havia praticado o mesmo golpe em outros estados. 

Solto

Marcelo já respondia a um processo por estelionato. Todos os documentos e crachás falsos utilizados por ele foram apreendidos pela polícia. Entretanto, apesar das evidências, ele ganhou o direito de responder aos crimes em liberdade e deixou a delegacia por volta das 11h30 desta sexta-feira (6), sem dar declarações à imprensa.