“Até que a morte nos separe”. A frase dita pelo juiz no casamento de Antônio Marcos de Oliveira, 44 anos, e a professora Lucicleide Gouveia da Luz, 43, foi lembrada por ele quando a mulher pensou em se separar, segundo aponta investigação da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A mulher foi morta a tiros em frente à escola do filho de quatro anos e Antônio seria o mandante do crime.
Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que Lucicleide chega à frente do centro de educação infantil, no Sítio Cercado, no dia 31 de maio. O atirador passa por ela, se esconde atrás de uma árvore próxima, engatilha o revólver, volta e atira na cabeça da professora, que estava ao lado de uma criança. Lucicleide morreu na hora.
De acordo com o delegado Renato Coelho de Jesus, da DHPP, o comportamento de Antônio causou estranhamento desde o início. “O marido se comportava de forma tranquila, demonstrou não ter muito sentimento em relação à execução”, afirmou. Além disso, o carro em que teria chegado o assassino – um Escort azul – tem as mesmas características do veículo de Antônio. “Ele a todo o momento queria demonstrar à equipe de investigação que o veículo dele estava estacionado”, comentou o delegado.
Adolescente contratado
A DHPP identificou um adolescente de 17 anos como o suspeito de disparar contra Lucicleide. Ele foi apreendido na terça-feira da semana passada (7). Em depoimento, conforme o delegado, o garoto contou que cerca de dez dias antes do crime Antônio e outro homem, ainda não identificado, foram até uma vila no bairro Ganchinho procurar um assassino. Três ou quatro pessoas recusaram, e o adolescente topou o “serviço” por R$ 2 mil.
“Ele resolveu aceitar essa infeliz incumbência e ficou combinado que essa terceira pessoa o procuraria no dia do crime. Essa pessoa em um Escort azul pegou o adolescente e passou a circular no trajeto que a vítima costumava fazer”, relatou o delegado.
Para criar um álibi e evitar que o filho assistisse a morte da mãe, no dia do assassinato Antônio buscou a criança uma hora antes na escola, alegando que o levaria para comprar um óculos. Ele disse aos policiais que enviou uma mensagem ao celular da esposa, que não teria visualizado. O aparelho foi apreendido para perícia.
Inconformado
As investigações da Polícia Civil apontam que Antônio teria planejado a morte da mulher por não aceitar o término do relacionamento de 15 anos. “Ela vinha se queixando para familiares, mas na cabeça dele as coisas iam bem. Não existia mais uma relação conjugal e ela teria dado o prazo, que seria agora no meio do ano, para haver realmente a separação”, explicou Renato.
O trabalho da DHPP prossegue a fim de identificar o outro homem envolvimento no assassinato.
Veja o vídeo do momento do crime