Conhecido como o maior hacker do sul do Brasil, suspeito de roubar senhas pessoais e praticar golpes no Paraná e Santa Catarina, que ultrapassam R$ 10 milhões, Rodines Miranda Peres, 38 anos, foi preso durante a Operação “Cracker”, realizada pelo 10.º Distrito Policial (Sítio Cercado), com apoio da Diretoria Estadual de Investigação Criminal (Deic). O suspeito está detido em Florianópolis.
De acordo com a polícia, Rodines é suspeito de estelionato contra instituições bancárias e no comércio, em Curitiba. Recentemente, ele alugou um apartamento no Ecoville, Mossunguê, por R$ 3 mil. As investigações eram realizadas há seis meses e resultaram no cumprimento de oito mandados de busca e apreensão – dois em Curitiba e seis em Florianópolis.
Sistemas
O detido é considerado um dos primeiros “crackers” do Brasil. O termo é usado para definir quem pratica quebra de sistemas de segurança pela internet. Ele teria aplicado golpes tanto em pessoas físicas quanto jurídicas, incluindo invasão de sistemas bancários. Segundo o delegado do 10.º DP, Francisco Caricati, suspeita-se que o dinheiro desviado tenha sido depositado em contas de “laranjas”. Em Santa Catarina, ele é investigado por possuir duas lojas em shoppings, uma construtora e uma mansão em Florianópolis.
De acordo com a polícia, o hacker age há mais de 10 anos e já foi condenado por estelionato. Ele responde a mais de 15 processos no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Distrito Federal. As investigações continuam para apurar a participação de outros envolvidos.
Centena
Rodines foi um dos primeiros criminosos virtuais do país. Em 1999, ele foi preso, em Blumenau (SC), após lesar quase 100 pessoas. Ele descobria as senhas dos clientes, entrava nos sites de bancos, que, na época, não tinham tantas ferramentas de segurança, e acessava as contas para realizar transferências.