A boa vida que Sarkis Calaigian, 39 anos, tinha à custa de mulheres bem-sucedidas e carentes emocionalmente, chegou ao fim esta semana. Ele foi preso em Guaratuba, por policiais da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas. Dono de uma “boa lábia” e passando-se por investidor da bolsa de valores de São Paulo, Sarkis conseguiu encantar suas vítimas e tomar cerca de R$ 330 mil.
De acordo com o delegado Geraldo Selezinski, a polícia recebeu a informação que um golpista, vindo de São Paulo, agia em Curitiba há três meses. Não havia pistas sobre ele, até que uma médica foi à delegacia registrar boletim de ocorrência.
Ela contou que conheceu Sarkis pelo site de relacionamento orkut e foi convencida a lhe entregar R$ 60 mil para aplicações na bolsa de valores. Sarkis passou-se por um economista especializado em investimentos.
A mulher ainda lhe apresentou uma amiga, também médica, que deu R$ 20 mil para o golpista, para o mesmo investimento. Entretanto, a última se apaixonou por ele.
Desconfiança
Sem receber qualquer rendimento, a primeira vítima o denunciou Sarkis à polícia e contou que, provavelmente, ele estivesse em Guaratuba com sua amiga, que não acreditava que seu “namorado” era vigarista. No fim de semana ele foi preso e levado à delegacia, onde a polícia descobriu novos crimes.
“Sarkis tem antecedentes criminais por estelionato em várias cidades de São Paulo, onde também é acusado de rufianismo (agenciamento de garotas de programa)”, contou o delegado.
Em Curitiba, o golpista trabalhava como fotógrafo para revistas de boates. Em seu computador foi encontrado vasto material pornográfico. Fotos de mulheres nuas e de partes íntimas recheavam os arquivos.
Essas fotos, segundo a polícia, destruíram a vida de uma advogada paulista, que também se envolveu com o vigarista. Ele a fotografou nua e a extorquiu para que não divulgasse as imagens. Mesmo assim, mandou as fotos para a família e o chefe da vítima, o que a fez perder o emprego. Dela, ele teria tomado R$ 250 mil.
Programa
No final do ano passado, Sarkis também teria enganado um turista alemão, no Rio de Janeiro, de acordo com a polícia. Por um site, o golpista oferecia o serviço de “acompanhantes”, e o turista pagou R$ 600 por um programa, que nunca ocorreu. Por conta disso, Sarkis foi indiciado por rufianismo.
Ontem, a polícia divulgou a prisão do vigaristas e fotos dele, retiradas de seu computador pessoal. A advogada não permitiu a apresentação de Sarkis à imprensa e garantiu que todas as acusações contra seu cliente são infundadas. Ela também afirmou que Sarkis não tem antecedentes criminais.