Agentes da Polícia Federal prenderam, ontem de manhã, o ex-dono do Consórcio Nasser, Miguel Nasser Filho, 62 anos. Ele foi condenado pelo Tribunal Regional Federal (TRF), da 4.ª Região, pela prática de crime de gestão temerária (fraudulenta), a seis anos de reclusão em regime semi-aberto e multa de 5,4 mil salários mínimos (R$ 1.294.000,00). No momento de cumprirem a prisão, que ocorreu próximo à sua residência, na Rua Eduardo Sprada, no Seminário, em Curitiba, os policiais encontraram um revólver Smith Wesson, calibre 38, municiado, no carro do empresário. Nasser foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma.
A denúncia de fraude no Consórcio Nasser, feita pelo Ministério Público Federal, começou a ser investigada pela Polícia Federal em maio de 1999. O empresário foi acusado de prejudicar cerca de 250 mil clientes, que pagaram todas as parcelas do consórcio, mas não receberam os créditos. Com a falência da empresa, apenas 3.828 consorciados teriam reavido o dinheiro investido. De acordo com o Ministério Público, Nasser teria desviado em proveito próprio o dinheiro arrecadado com as quotas pagas pelos clientes.
Em outubro de 2002, Nasser foi condenado a 10 anos de prisão em regime fechado e ao pagamento de multa no valor de oito mil salários mínimos, a serem pagos durante o cumprimento da pena. Nasser ficou preso dois dias na Polícia Federal, até o TRF conceder habeas corpus.
Seus advogados recorreram da sentença, alegando que o empresário não agiu intencionalmente e que até poderia ser acusado de negligência na administração dos consórcios, mas que não poderia ser condenado por crime doloso. O relator do processo, o desembargador federal Tadaaqui Hirose, diminuiu a pena de dez para seis anos de reclusão e modificou o regime de fechado para semi-aberto.
