Foi preso ontem, em Joinville (SC), Luiz Octávio Brazil Freitas, acusado de agredir e cegar uma médica em Curitiba ao se irritar com um buzinaço depois de cometer uma infração de trânsito. O caso aconteceu em outubro do ano passado e ele estava foragido desde o início do ano. Freitas foi encaminhado ontem à noite para o 1.º Distrito Policial e depois para o Centro de Triagem II, em Piraquara. Enquanto estava foragido, Freitas fez diversas ameaças à vítima e à polícia.
No dia 5 de outubro do ano passado, Freitas fez uma manobra perigosa na Avenida Visconde de Guarapuava, que culminou num buzinaço. Irritado, metros depois, no sinaleiro fechado, pegou o extintor de incêndio do seu carro e atacou o veículo onde estava Rosângela Sicuro e sua família. Ao estourar o vidro, cacos atingiram um dos olhos da médica, cegando-a. Os estilhaços também feriram seu marido e sua filha.
Há alguns meses, Rosângela, que já tinha uma doença degenerativa no outro olho e por isso está com a visão muito prejudicada, busca justiça. Ela mobilizou diversos delegados, a Ouvidoria da Polícia Civil e chegou até o governador Roberto Requião (PMDB). ?Agora vamos acionar a Justiça. Queremos indenização?, afirmou Rosângela.
A delegada do 1.º DP, Mônica Meinster, informou que durante as investigações e buscas por Freitas, a polícia recebeu diversas cartas com ameaças, inclusive de morte, e xingamentos. As cartas vinham da Europa. A polícia descobriu que Freitas tem um filho que mora na Suíça e encaminhava as cartas. Segundo Mônica, há alguns dias a polícia descobriu que o agressor estava no Rio Grande do Sul e hoje pela manhã recebeu a informação que ele estaria em Joinville.
Freitas já tem um histórico criminal. Ele está respondendo a três inquéritos policiais, entre eles por ter disparado uma arma contra o cachorro de um vizinho, e já assinou 18 termos circunstanciados. O síndico de um condomínio no Abranches, onde Freitas morava, Carlos Alberto Vonoli, contou que ele tinha desentendimentos constantes com vizinhos e abriu 30 processos contra eles no juizado de pequenas causas. ?Ele nunca compareceu às audiências.?