Polícia crê que Juarez
pretendia vender o explosivo.

A dinamite estocada em uma casa no Jardim Guarituba, Piraquara, seria negociada com organizações criminosas. A suspeita é da Polícia Militar, que ontem prendeu Juarez Geraldo Ribeiro Carneiro, 28 anos, dono da construção abandonada, onde as 120 bananas do explosivo foram encontradas, na manhã quarta-feira.

Juarez, que diz trabalhar atualmente como motoboy, teve acesso a uma pedreira de Piraquara e lá removeu o saibro resultante das explosões com seu caminhão. Durante este transporte, ele teria furtado as bananas pouco a pouco, nos últimos dois anos. “A empresa falhou no controle e só descobriu o desfalque tempos depois”, relatou o tenente Fernando Klemps, comandante do destacamento da Polícia Militar de Pinhais, responsável pela prisão.

De acordo com o oficial, Juarez deixou uma cunhada cuidando da casa abandonada. Há 15 dias a mulher saiu e então surgiu a denúncia do material escondido. “Ele pediu para a água ser religada, há poucos dias, o que comprova que era o responsável pela moradia”, afirma Klemps.

Contatos

A investigação do serviço reservado da PM apontou um suposto contato entre Juarez e grupos criminosos. “Soubemos que ele tentaria vender a dinamite ao Primeiro Comando da Capital (PCC) – organização criminosa paulista -, por R$ 300,00 cada banana”, disse o tenente. O explosivo poderia ser usado em eventuais resgates de presos ou em assaltos a carros-forte.

O acusado foi preso às 6h na chácara onde vive, na Rua Laguna, Vila Santiago, Piraquara. Ele nega o furto e diz não ter responsabilidade sobre o explosivo. “Desde fevereiro não ia na casa (do Jardim Holandês). Soube que a polícia esteve lá, e depois vi na televisão. Se fosse culpado, teria fugido”, defendeu-se. Ele confirma ter feito o transporte do saibro na pedreira.

Segundo a PM, Juarez respondeu inquérito por porte ilegal de arma e tem mandado de prisão por estupro, expedido em Wenceslau Brás, Norte do Estado. O nome dele, porém, não consta no registro de procurados pela Justiça, segundo cadastro da PM. O acusado foi indiciado por posse de explosivo na Deam (Delegacia de Explosivos, Armas e Munições).

Perigo

Se detonada ao mesmo tempo, a dinamite encontrada na casa de Juarez é capaz de destruir casas e matar pessoas num raio de 80 metros ou destruir dois edifícios de 15 andares, de acordo com peritos. O explosivo estava armazenado há bastante tempo e possibilitou a formação de nitroglicerina em gel. A simples queda no chão de uma partícula desta substância pode causar tragédia de grandes proporções.

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