Presidiários da PCE oferecem R$ 5 mil por aparelhos celulares

Telefone celular nunca foi tão caro no mercado negro da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara. Os presidiários oferecem R$ 5 mil para quem conseguir burlar a segurança e entregar o aparelho nos dias de visita. No começo do ano, o valor era dez vezes menor. Segundo o diretor da unidade prisional, Gamaliel Galvão Filho, o que ?inflacionou? o produto foi o aumento do rigor nas revistas aos familiares dos detentos e nos produtos entregues a eles.

Nos últimos quatro meses os agentes de segurança conseguiram evitar a entrada de 54 telefones na PCE. Parte dos aparelhos foram encontrados em revistas pessoais. As visitas aos 1.500 presidiários acontecem aos finais de semana e nesses dias, em média, 400 familiares vão à PCE. A unidade prisional é a segunda maior do Sul do País.

Banquinho

O chefe de segurança Celso Tadeu do Nascimento explica que tanto homens quanto mulheres são obrigados a ficar nus e agachados. ?Nessa posição, se há algo escondido, cai. É uma situação constrangedora, mas necessária para garantir a segurança dos agentes penitenciários e dos próprios presos?, conta ele. Mesmo assim, alguns colam os objetos no ânus com adesivos para dores lombares.

A PCE conta ainda com dois bancos com detetor de metal. Outros 60 equipamento semelhantes devem ser entregues aos demais presídios do Estado no próximo mês. Quando o sensor dispara, o familiar recebe voz de prisão e é levado à delegacia de Piraquara. ?É favorecimento ao crime?, explica o diretor.

Segundo Celso, há um ano e meio sabia-se que havia cerca de 150 aparelhos nas mãos de presos. Hoje estima-se que tenham menos de 10 celulares com os presidiários. ?Os próprios presos nos confidenciam que está cada vez mais complicado nos enganar?, garante Celso.

Televisão tinha celular

Os telefones celulares são usados pelos presidiários para arquitetar assassinatos, assaltos e manter a engrenagem do tráfico de drogas em funcionamento. No último sábado, um advogado levou um televisor a um preso na PCE. Ao desmontar o aparelho, os agentes encontraram um aparelho ?disfarçado? de componente eletrônico, que só foi descoberto na comparação com outra televisão. ?O advogado alegou que não sabia do celular, mas nós estamos fazendo uma investigação interna para apurar a versão dele e saber quem encomendou o aparelho?, garantiu o diretor da PCE.

Gamaliel lembra que, há alguns meses, chegou um sedex com um cobertor e dentro do tecido havia um celular. ?Temos agentes de segurança bem treinados e um aparelho de raio-x para detectar qualquer metal nos produtos?, explica o diretor.

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