O presidente da Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu, Adilson Rabelo (PSB), 45 anos, foi baleado ontem pela manhã quando saía de um hotel no centro da cidade. Rabelo levou dois tiros do lado direito da cabeça. Um atingiu a têmpora e outro a cavidade ocular. Ele foi submetido a uma cirurgia ainda pela manhã. Conforme o neurogirurgião Celso Fagundes, da Santa Casa Monsenhor Guilherme, no início da noite Rabelo estava em coma induzido e não corria risco de morte eminente. Mesmo assim, o médico caracterizou como gravíssimo o estado de saúde do vereador.
Por volta das 10h30, Rabelo e seu assessor Aluísio Soares saíram do Hotel Bela Itália e trafegavam pela Avenida República Argentina num Escort Wagon, que pertence a uma funerária da cidade. Parados entre uma Kombi e um ônibus, os dois foram surpreendidos com a aproximação de uma motocicleta verde. Dois homens de capacete e vestidos de amarelo estavam na moto: um deles foi o autor dos tiros contra Rabelo. Eles fugiram de imediato. Testemunhas que viram a cena prestaram depoimentos na delegacia de Foz.
O delegado titular Haroldo Luiz Vergueiro explicou que todos os esforços estão sendo feitos para que o crime seja elucidado o quanto antes possível. Ele destacou que o delegado adjunto Walter Oliveira está encarregado do inquérito. Oliveira contou que ouviu o depoimento do assessor de Rabelo, que dirigia o carro, mais Aluísio Soares, ainda se encontrava em estado de choque e não conseguiu repassar informações muito relevantes. “Outras testemunhas já foram ouvidas. Mas por enquanto é prematuro dizer algo sobre o crime”, salientou o delegado Vergueiro, destacando que um delegado da Polícia Federal (PF) também está ajudando nas investigações.
Mobilização
Assim que soube da tentativa de homicídio, o governador Roberto Requião (PMDB) mandou uma força-tarefa a Foz. O grupo de policiais está sendo comandado pelo próprio delegado-chefe da Polícia Civil, Adauto Abreu de Oliveira. “Já foi feita perícia no carro e ouvidas as testemunhas. Foi uma tentativa de execução. Agora temos que descobrir se foi político, passional ou outro tipo de problema”, comentou Adauto, explicando que sua presença em Foz é para dar respaldo às investigações da polícia local.
Pelo fato de Rabelo ocupar um cargo importante, foi levantada a hipótese de crime político. Descartada pelo governador Requião. Outra vertente das investigações pode ser relativa ao fato do irmão de Rabelo ter ligações com o crime organizado. Desde dezembro de 1998, Domilson José Rabelo, 44 anos, está preso na Prisão Provisória de Curitiba (Ahu), acusado de tráfico de drogas. A pena é de 4 anos e oito meses. Todavia, há outra condenação contra Domilson, relativa ao mesmo artigo, emitida pela 3.ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu.