Presidente da Adepol condenado por contrabando

O contrabando de caixas de uísque durante um congresso de delegados em Foz do Iguaçu, em 1996, colocou o atual presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná (Adepol), João Ricardo Kepes de Noronha, em maus lençóis. Ele foi condenado a pagar mais de R$ 9 mil e ainda cumprir pena alternativa por mais de um ano. A sentença foi divulgada ontem pela 1.ª Vara Federal Criminal, da Justiça Federal.

Em documento assinado pelo juiz federal Oziel Francisco de Sousa, no dia 12, durante a audiência na 1.ª Vara Federal Criminal, Noronha foi condenado a pagar prestação pecuniária (multa) e prestação de serviços à comunidade. Ontem, encerrou-se o prazo para o depósito de R$ 9.925,68, na conta da Justiça, dinheiro que será encaminhado a uma das entidades carentes, integrantes do programa de Distribuição Rotativa de Prestação Pecuniária. Quanto à pena alternativa, Noronha foi condenado a prestar serviço comunitário por um ano, sete meses e seis dias à entidade carente, também escolhida pela Justiça. Os trabalhos deverão ser realizados durante uma hora por dia de condenação, totalizando 581 horas. De acordo com a Justiça Federal, Noronha também terá que comparecer mensalmente ao Patronato Penitenciário do Estado do Paraná, para apresentar o boletim de freqüência e horas trabalhadas, devidamente atestado pela entidade favorecida.

Uísque

De acordo com informações passadas pela Justiça Federal, entre os dias 8 e 12 de outubro de 1996, Noronha organizou um congresso, em Foz do Iguaçu, para integrantes da Confederação Nacional dos Delegados de Polícia e da Associação dos Delegados de Carreira. O evento reuniu mais de mil pessoas, entre policiais e familiares, que ficaram hospedados no Hotel Bourbon. Noronha teria ficado responsável por todas as providências, que iam desde o contato com palestrante à hospedagem dos convidados. Através de comerciantes da cidade, ele também teria arrecadado dinheiro para promover o evento e dar brindes para os participantes, como camisetas e até mesmo aparelhos de som. Durante o período do congresso, viaturas da Polícia Civil teriam sido disponibilizadas para levar delegados e parentes até o Paraguai, para fazer compras.

Em meio ao “oba-oba” causado, por volta das 17h do dia 11, uma viatura, ocupada por apenas um policial, foi parada por policiais federais, na fronteira. Ao vistoriá-la, varias caixas de uísque foram encontradas no banco do passageiro. Os policiais pediram a chave do carro para abrir o porta-malas e com isso uma confusão generalizada se formou. Por fim, quando conseguiram abri-lo, outra grande quantidade da bebida contrabandeada foi encontrada. Noronha, então, foi responsabilizado como mandante da compra da mercadoria.

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