Vinte pessoas, de duas quadrilhas envolvidas com roubo, furto e desmanche de veículos e venda de peças automotivas, foram presas em Curitiba e região, por policiais civis do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).

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De acordo com a polícia, 23 pessoas pertencentes às duas quadrilhas foram identificadas. Duas estão foragidas. Foram levantados 18 roubos no valor de R$ 1 milhão foram desvendados.

Para surpresa da polícia, o líder da quadrilha responsável pelos roubos, Hélio Gogola, 39 anos, foi assassinado na Estrada do Ganchinho na noite de quarta-feira A polícia suspeita que uma pessoa ligada a esse grupo seja responsável pela morte, durante assalto, de Jorge Guilherme Marinho Martins, 26 anos, filho do comandante do Corpo de Bombeiros.

O suspeito de ser o líder do bando responsável pela receptação dos veículos, Mário Emílio Ramos Silvério, 38 anos, o “Latino”, foi detido na manhã de ontem, em sua casa no Uberaba.

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Golpes

Segundo o delegado do Cope, que comandou as investigações, Alexandre Bonzatto, as quadrilhas agiam há anos e também aplicavam golpes em seguradoras, com a ajuda de donos de veículos.

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“O proprietário do veículo vendia o carro para a quadrilha para ser desmanchado. Depois comunicava roubo ou furto do veículo e recebia o valor do seguro. A quadrilha também comprava veículos sinistrados e roubava outro do mesmo modelo para “transplantar” peças danificadas”, contou o delegado.

Durante a operação foram apreendidos 17 veículos. Um deles foi roubado e os outros serão periciados para descobrir a procedência. “Eles tinham preferência por veículos de grande porte como Hyundai Santa Fé, Vera Cruz e Tucson”, contou o delegado Miguel Stadler.

Além dos carros, a polícia apreendeu uma espingarda calibre 44 e acessórios para automóveis, como alto-falante e toca-CD, além de caixas de câmbio e carcaças. Foram cumpridos 19 mandados de prisão. Onze prisões foram feitas na manhã de ontem e uma pessoa foi presa em flagrante por receptação.

As outras oito pessoas já haviam sido presas no decorrer das investigações, que duraram cerca de quatro meses. Também foram expedidos 25 mandados de busca e apreensão em Curitiba, Colombo, Pinhais, São José dos Pinhais, Fazenda Rio Grande e Quitandinha.

Horários

Segundo Staldler, os assaltantes tinham horário determinado para agir. “Roubavam bem no início da manhã ou à noite, quando o movimento nas ruas é menor e há menos policiamento que o normal”, contou.

A maioria dos carros roubados pela quadrilha de Hélio era encaminhada para o desmanche de Mário, em uma chácara em Fazenda Rio Grande. “Depois de desmontar os veículos, revendia as peças em duas lojas que possui em Curitiba”, explicou o delegado.

Os suspeitos foram autuados por crimes como formação de quadrilha, receptação qualificada, falsificação de documento público, adulteração de sinal identificador de veículo, estelionato, tráfico e associação para o tráfico de drogas.

Além do Cope, participaram policiais do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), do Grupo Tigre (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial), da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) e da delegacia do Alto Maracanã.

Assassinato surpreende

O delegado Stadler contou que foi pego de surpresa com a morte de Hélio. “A operação estava prevista para ser deflagrada na quarta-feira, mas foi adiada porque faltavam algumas informações”, revelou.

As investigações sobre o assassinato estão a cargo da Delegacia de, Homicídios. “É possível até que uma rixa entre as duas quadrilhas tenha motivado o crime”, opinou.

Segundo a polícia, Hélio tinha diversos antecedentes criminais e já havia sido preso pelo Cope, em 2007, na operação Contramão. Na noite de quarta-feira, ele trafegava com um Audi, quando foi fechado na Estrada do Ganchinho, Umbará. Hélio foi retirado do carro e executado. Os bandidos fugiram com o veículo.