Uma mulher foi presa, suspeita de envolvimento na morte de Arnaldo de Souza, 54 anos, um dos sócios do “Baile do Pato”, que funciona em Piraquara. Giselly Kuiava, 29, diz que trabalhava como doméstica na casa da vítima e é suspeita de ter “vendido” a própria filha, de 13 anos, por R$ 3 mil para ele. A polícia acredita que ela tenha arquitetado o crime para ficar com o dinheiro do seguro de vida de R$ 10 mil que Arnaldo fez em nome da adolescente. A mulher nega as acusações.
O empresário foi encontrado morto em setembro, com golpes de arma branca, na estrada que dá acesso ao antigo aterro do Caximba. No dia anterior, ele havia saído para buscar a adolescente, que trabalhava no lava-car. O corpo estava desfigurado e só foi identificado posteriormente pela família no Instituto Médico-Legal.
Mudança
A mulher disse que trabalhou e morou na casa de Arnaldo por quase um ano, período em que a adolescente teria começado a se relacionar com o empresário. Mas, em fevereiro, as duas foram morar na Vila Oficinas. Dois meses depois, no entanto, ela voltou a procurar Arnaldo dizendo que passava por dificuldade e deixou que a filha se relacionasse com ele. “Ela e a filha pediram apoio do Arnaldo porque não estavam conseguindo sobreviver”.
Giselly foi presa, ontem, na Vila Pantanal, em cumprimento a mandado de prisão preventiva. Policiais encontraram indícios que o homicídio teria ocorrido em sua antiga residência, na Vila Oficinas. Na casa, a polícia encontrou manchas de sangue. Além disso, Arnaldo fez compras em um supermercado em Piraquara e sacolas do mesmo estabelecimento foram encontradas na residência da mulher.
Encalço
“Desde o crime, estávamos no encalço Giselly e descobrimos que o empresário havia contratado um seguro de vida numa loja de roupas e que tinha a adolescente como beneficiária. Acredito que isso tenha sido o estopim do crime”, contou o delegado Cristiano Quintas dos Santos.
A garota foi encaminhada para a Delegacia do Adolescente (DA), por falsidade ideológica. Já Giselly, que também é investigada por tráfico de drogas e roubos de eletroeletrônicos e bijuterias, ficará detida no setor de Carceragem Provisória da DH. “Certamente há outras pessoas envolvidas e ela teve ajuda de terceiros, já que o corpo foi levado de carro para a zona sul da cidade e ela não sabe dirigir”, acredita o delegado.
Tentativa
Um dia depois do crime, a doméstica foi morar no Jardim das Américas e mudou de residência novamente, indo para a Vila Pantanal, onde foi presa. No local, foram apreendidos móveis e objetos que eram do proprietário da antiga residência, configurando crime de apropriação indébita.
No momento da prisão, Giselly deu o nome da irmã, Aline Kuiava, e mostrou uma certidão de nascimento aos policiais. Ao perceber que não tinha convencido a polícia, ela tentou fugir, mas foi algemada. Na casa, os investigadores também encontraram uma carteira de identidade com a foto da adolescente, mas com nome e idade adulterados. O documento mostrava que a garota tinha 18 anos. “Para a família de Arnaldo ela dizia que tinha 16 anos, o que já demonstra a tentativa de ela se envolver com o empresário”, disse o delegado Cristiano Quintas dos Santos.
Versão
Giselly negou que tenha participação na morte do empresário e disse que o conheceu num bar e que foi trabalhar de doméstica na casa dele. “Eu morei e trabalhei para ele durante um ano. Quando vi que estava “rolando’ alguma coisa com a minha filha, achei melhor sair de lá com ela. Tenho dois filhos e jamais venderia minha filha. Eu sei que ele gostava de se relacionar com garotas mais novas. Ele teve outras empregadas que eram menores. Eu fui a mais velha”, contou. A mulher disse que filha tinha namorado e que o empresário já havia visto os dois juntos.