Policiais civis do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), com o apoio da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) de Maringá, Cascavel, Pato Branco e Foz do Iguaçu, e de policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Santa Catarina, realizaram, no último domingo, uma operação para prender uma quadrilha acusada de não pagar ICMS ao Paraná, proveniente do comércio do fumo em folhas.
A ação policial, denominada Operação Fumo, cumpriu 11 mandados de prisão temporária e 29 mandados de busca e apreensão nos Estados do Paraná e Santa Catarina. Foram presos Romeu Rodrigues de Paula, 47 anos, Celso Selias Vaz, 39 anos, Ademir Friske Menegassi, 34 anos, Lindomar Reges Furtado, 28 anos, João Dirceu Furtado, de 51 anos, Cláudio Luiz Ledur, Márcio Antônio Guarda, 31 anos, Leandro da Rosa, de 29 anos, Clóvis Ortiz, Silvonei Cordeiro, 35 anos, e Luis Carlos Gomes de Oliveira, 32 anos.
Segundo o delegado-operacional do Nurce, Alexandre Bonzatto, a quadrilha é acusada de causar um prejuízo estimado de R$ 50 milhões aos cofres públicos do Paraná desde 2002, quando começou a praticar as atividades fraudulentas no Estado do Paraná.
Com a quadrilha, a polícia apreendeu diversos carros e caminhões, talões de cheques, documentos de empresas, dinheiro, computadores e diversos blocos de notas das empresas.
“Para sonegar os impostos, a quadrilha, liderada por Darci Furtado, abria diversas empresas e firmas individuais, em nome de laranjas, geralmente desprovidos de bens materiais. Essas pessoas vinham de diversos lugares e eram na maioria técnicos em contabilidade, profissionais e pessoas do meio rural que tinham conhecimento do cultivo e comércio de fumo, que conscientemente passavam a atuar em acordo na atividade ilegal da quadrilha”, informou o delegado.
Bonzatto informou que as investigações iniciaram em outubro de 2006, quando a Operação Integridade foi realizada por policiais da 4.ª Subdivisão Policial de União da Vitória/PR e do Nurce e acabou com a prisão de auditores fiscais da 4.ª Delegacia da Receita do Estado do Paraná de União da Vitória, que recebiam propina para facilitar a sonegação de ICMS.
“Um dos auditores fiscais preso durante a Operação Integridade entregou à polícia um dossiê contendo algumas das empresas envolvidas no esquema de sonegação de impostos do comércio de fumo. A partir daí passamos a investigar este caso e, depois de todas as provas colhidas, os mandados de prisão temporária foram solicitados e expedidos pela Justiça”, disse o delegado.
Segundo a polícia, as empresas eram abertas sempre no início de cada ano em nome de “laranjas” e eram fechadas em maio, período que se encerrava a safra de fumo na região. Após o período de safra de fumo, as empresas encerravam suas atividades e os supostos sócios desapareciam, sem terem recolhido aos cofres do Paraná os valores de ICMS incidentes das operações comerciais efetuadas. Depois de algum tempo, os “laranjas” apareciam em outras empresas, seja trabalhando ou constituindo empresas do ramo do comércio de fumo, sempre a serviço de Darci Furtado.
Por ano, a quadrilha deixou de pagar R$ 12 milhões em ICMS aos cofres públicos a cada safra”, destacou Bonzatto.
O delegado destacou ainda que a quadrilha atuava nas cidades de União da Vitória, São Mateus do Sul, Rio Azul, Irati, Rebouças e Piên, no Paraná.