Foto: Átila Alberti/O Estado
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Fernando Ferreira da Silva e Saulo Roberto Ramalho foram apresentados ontem pelo Cope.

Espelhada em facções criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma quadrilha estava aterrorizando Curitiba nos últimos três meses. Preso pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), o bando foi o responsável por arremessar uma granada contra um módulo policial, assassinar o filho de um agente penitenciário, executar um funcionário da Justiça Federal e ainda tentar matar um policial civil em Foz do Iguaçu. Sete membros do bando foram presos no começo da semana, e o restante da quadrilha, composta também por adolescentes, foi desmantelada na madrugada de sexta-feira.

Policiais do Cope prenderam Marilda da Silva, 38 anos; Cristian Miranda Gondin, 19; Rogério da Silva, 26; Everton Luiz Santine, 20; Rodrigo de Souza, 20, e dois adolescentes de 17 anos. Eles foram autuados em flagrante por tráfico de drogas, receptação, porte ilegal de arma e formação de quadrilha e acusados de liderar o tráfico de drogas na região do Campo Comprido.

Com as prisões, o restante do bando, composto por Saulo Roberto Ramalho, 31, Fernando Ferreira da Silva, 19, dois adolescentes de 16 anos e um de 17, preparavam-se para fugir para Londrina. Na sexta-feira, eles estavam na Estrada da Ribeira, em Colombo, onde aguardavam um carro que os levaria para o norte do Paraná, quando foram presos. O grupo é apontado como autor de pelo menos 20 assassinatos. Os adolescentes são foragidos do Educandário São Francisco.

PCC

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De acordo com o delegado titular do Cope, Marcus Vinícius Michelotto, o bando cometeu os homicídios e jogou a granada para mostrar força e com isso conseguir fazer parte de alguma facção criminosa. ?Eles não faziam parte do PCC, mas queriam mostrar o poder que tinham para conseguir entrar nesta ou em outra facção. Eles seriam recebidos em Londrina, onde iriam montar um grupo para voltar para Curitiba praticar outros crimes?, disse o delegado.

Crimes

A quadrilha começou a ser investigada depois do assassinato de Miguel Baron Neto, 15, filho de um agente penitenciário, ocorrido em 7 de abril, no Bairro Alto. O jovem foi morto dentro de sua casa com pelo menos nove tiros no peito, na barriga e no pescoço, quando caminhava até o portão, chamdo pelos criminosos. Ao lado do corpo, os bandidos deixaram um pano branco, em que estava escrito à caneta: ?abaixo a opressão?. No dia 19 do mesmo mês, o grupo assassinou a tiros Takeru Mauro Koarata, 44 anos, funcionário da Justiça Federal. Depois de seqüestrá-lo, os criminosos abandonaram o carro da vítima com a inscrição ?1533 – Isso que é crime?. Segundo a polícia, o número representa as letras que formam a sigla da facção criminosa PCC. O revólver, calibre 38, usado para cometer o dois crimes, foi apreendido com o bando.

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A última investida da quadrilha aconteceu na terça-feira, quando, embalados pela onda de violência que assolava São Paulo, os criminosos resolveram jogar uma granada contra um módulo policial no Jardim Social. O artefato foi encontrado no meio da rua e detonado pela polícia. ?A granada não explodiu porque eles não souberam usá-la?, finalizou Michelotto.