Cinco pessoas em Curitiba e duas em Joinville, integrantes de uma quadrilha especializada em estelionato, seguido de sequestro e extorsão a empresários, foram presas por policiais do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especiais (Grupo Tigre), com o apoio de policiais militares do Comando de Operações Especiais (COE) e da Ronda Ostensivas de Natureza Especial (Rone), na manhã de ontem. Pelo menos seis vítimas de Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Roraima já foram identificadas pela polícia.

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Em Curitiba, foram presos, Maura Lucia Pires, 37 anos, Pedro Silva dos Santos, 52, José Mário Duarte, 52, José Osvaldir da Luz, 51, Odilom do Prado, 62. Em Joinville (SC), a polícia prendeu Antônio Pedro Antunes, 52 , e seu filho Carlos Eduardo Antunes, 27. Dois revólveres calibre 38 e duas pistolas calibre 380 foram apreendidos.

Fiscais

Segundo o delegado Riad Farhat, do Tigre, os suspeitos se passavam por fiscais da Receita Federal e ofereciam mercadorias que teriam sido apreendidas nos portos de Santos e Paranaguá e seriam desviadas e vendidas a preços abaixo do mercado.

“Quando os empresários chegavam ao local da negociação, eram sequestrados e obrigados a ligar para suas empresas para mandar depositar o dinheiro da falsa mercadoria”, explicou Farhat.

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As investigações começaram em maio, quando um empresário de Roraima foi atraído pela quadrilha a Curitiba. No aeroporto Afonso Pena, ele foi recebido por um integrante do bando e, quando seguiam para o suposto local, onde seria fechado o negócio, foram abordados por vários homens em três veículos que se intitulavam policiais.

Ameaças

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O empresário foi levado para um cativeiro e obrigado a ligar para sua empresa e confirmar que tinha concluído a compra e que aguardaria o depósito ser feito em uma conta determinada pela quadrilha.

“Quando o depósito entrou na conta, os marginais soltaram o empresário, sob ameaça, para que não desse queixa. Ao voltar para Roraima, a vítima procurou a polícia de lá, que passou as informações para o grupo Tigre”, explicou.

Os suspeitos têm passagens pela polícia por roubo e estelionato. Todos foram indiciados por extorsão mediante sequestro, formação de quadrilha e porte ilegal de arma de fogo. Após prestar depoimentos os suspeitos foram removidos para o Centro de Triagem II, em Piraquara.

Aliocha Maurício
Armas e material suspeito foram apreendidos com os detidos.

Primeira ação há dois anos

O grupo Tigre descobriu que, em 2007, o grupo também extorquiu um empresário carioca, sequestrado depois de ter sido atraído até Santos, no litoral paulista.

Durante o sequestro, os bandidos mataram a tiros os seguranças que acompanhavam a vítima. Depois, a polícia descobriu que os homens foram mortos porque eram policiais.

Libertado sob ameaças, o empresário procurou a polícia paulista que acionou o Grupo Tigre. “Naquela ocasião não conseguimos pistas sobre as suas ações, mas o trabalho continuou e, agora, temos informações sobre quase todos os crimes e suficientes para desmontar completamente o grupo”, explicou Farhat.