Uma quadrilha suspeita de roubar carros-fortes na Região Sul do País foi presa ontem, por policiais militares da Companhia de Choque e do Serviço Reservado do Comando do Policiamento da Capital (CPC). Seis homens, oriundos de Santa Catarina e do Paraná, foram detidos em três situações diferentes, num período de 4 horas. Com o grupo foram apreendidas três pistolas calibre 380, dois revólveres calibre 38, outro de calibre 22, um carabina, munição, diversos celulares e dois coletes à prova de balas, roubados dos seguranças de uma empresa de carros-fortes, no assalto ocorrido na última quarta-feira contra a loja Balaroti, no bairro Atuba. Um pequeno malote da empresa, com aproximadamente R$ 2 mil – distribuídos entre moedas e cédulas – foi recuperado.
Os presos, que foram encaminhados ao Cope (Centro de Operações Policiais Especiais), são: os paranaenses Valdinei Warmelim de Souza, 27 anos, Lucimar Soares
da Silva, 26, e Gilvimar dos Santos Aleixo, 39; e os catarinenses Jeferson Guse, 18, Sérgio do Carmo, 23, e José Carlos dos Santos, 26.
Prisão
De acordo com o sargento Marcelo, uma ligação para o fone 190 informou que havia um carro suspeito rondando uma empresa, em determinada rua do bairro Boqueirão. Viaturas da Companhia de Choque foram até o local e realizaram a abordagem nos três ocupantes do Fiat Tipo. Na ação foram localizadas duas pistolas (380) e um revólver calibre 38. Um dos ocupantes do carro era Gilvimar, apontado como o líder do grupo que cometeu o assalto contra a loja Balaroti. O detido contou aos policiais que, na casa dele, no Uberaba, estavam guardados os coletes à prova de balas roubados e mais três armas: uma pistola (380), a carabina e o revólver (38). Outro rapaz, que estava no Tipo, relatou que acabara de chegar em Curitiba e que tinha viajado com mais um indivíduo que o estava esperando para retornar a Santa Catarina. Os PMs foram atrás desse rapaz e o localizaram em um Vectra, realizando mais uma prisão, também no Uberaba.
A terceira informação obtida pela polícia levou à prisão dos dois indivíduos restantes. A dupla foi pega na entrada de Curitiba, na BR-376, quando transitava com um Renault, chegando de Santa Catarina. Foi divulgado que o grupo se reuniria para cometer mais um assalto em Curitiba. Com os ocupantes do Renault foi encontrado mais um revólver.
Dentre os presos, três deles possuem antecedentes criminais. Valdinei e Gilvimar por roubo e Sérgio por porte de arma e roubo, além de estar com um mandado de prisão expedido pela Justiça.
Maré de azar começou na quarta
Por volta das 19h20 da última quarta-feira, quatro homens armados (membros da quadrilha presa ontem) invadiram a loja Balaroti, no Atuba, rendendo clientes e funcionários. Os marginais permaneceram com cerca de 12 reféns na loja, esperando a chegada do carro-forte. Pouco antes da entrada do veículo no estabelecimento, foi ordenado aos reféns que agissem de maneira normal, para que não denunciassem a ação dos marginais. E assim foi feito.
Os seguranças da empresa Pró-Forte fizeram o procedimento usual e não notaram nenhuma anormalidade na loja. Desta maneira, três seguranças desceram do carro-fortes permanecendo apenas o motorista dentro dele. Os assaltantes apareceram com as armas em mãos e, usando a gerente da loja como escudo, dominaram os seguranças, que não esboçaram reação porque colocaria a vida de inocentes em perigo.
Entretanto, toda a ação foi vista pelo motorista do carro-forte que, prevendo o assalto, saiu com o veículo em disparada. O caminhão atravessou o portão da loja, quebrando os dois espelhos retrovisores, seguindo em direção à BR-476. Como não podia ver se estava sendo seguido pelos marginais, devido a quebra dos retrovisores, o motorista ligou o pisca-alerta e foi fazendo ziguezague pela pista, impedindo, dessa forma, que fosse ultrapassado. A “viagem” durou até a sede da Pró-Forte, situada na Vila Hauer. A atitude do motorista impediu que uma grande quantia fosse arrecadada pela quadrilha, pois o Balaroti era o último ponto de arrecadação de dinheiro do carro-forte, naquele dia.
Cofre
Diante da frustração de perder o valor contido no carro-forte, os marginais prenderam os seguranças no banheiro e tentaram abrir o cofre da loja a golpes de marreta, durante 5 minutos. Como também não conseguiram abri-lo, desistiram do roubo e pegaram as chaves de um Siena verde, pertencente a um dos clientes da loja, para a fuga.
