Presa quadrilha especializada em falsificação de agrotóxicos

Policiais do Núcleo de Repressão aos Crimes Econômicos (Nurce), de Maringá e Curitiba, prenderam, na manhã de ontem, uma quadrilha especializada na fabricação e comercialização de agrotóxicos falsificados.

De acordo com o delegado-chefe do Nurce, Robson Barreto, a quadrilha agia há cerca de dois anos em vários estados, entre eles Paraná, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Bahia. Eles arrecadaram aproximadamente R$ 30 milhões por ano.

A operação, batizada de Caveirinha, em alusão aos rótulos dos agrotóxicos, contou com cerca de 45 policiais que cumpriram quatro mandados de prisão e sete de busca e apreensão em Ribeirão Preto e Miguelópolis, em São Paulo; Naviraí, no Mato Grosso do Sul; Quinta do Sol e Araruna, no Paraná.

Foram detidos Luiz Carlos Soares Borin, 42 anos, apontado como líder da quadrilha e o fabricante dos agrotóxicos falsificados; Jéferson Crys Giori, 31, em Quinta do Sol, e Valmir Franco Santana, 37, em Araruna, apontados como revendedores dos produtos.

A polícia encontrou mais de uma tonelada de produtos falsificados e prontos para serem vendidos, mais de 400 embalagens e cerca de mil selos e rótulos. A Operação Caveirinha contou com o apoio da Divisão de Estadual de Narcóticos (Denarc), Polícia Civil de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Começo

A investigação começou há dois meses, quando policiais do Nurce de Maringá prenderam Luiz Prudêncio de Brito, em Peabiru (PR), por vender agrotóxicos falsificados.

“A partir daí começamos a verificar de onde vinham os produtos que Brito revendia. Descobrimos que o grupo contava até com serviços de uma gráfica que ficava em Ribeirão Preto. Lá eram confeccionados os rótulos, lacres e selos holográficos. Tudo para obter a máxima semelhança com os produtos originais de marcas confiáveis, como Bayer, Basf e Singenta”, explica o delegado do Nurce de Maringá, Fernando Martins.

Ainda segundo Martins, o agrotóxico que a quadrilha vendia tinha em sua fórmula um princípio ativo que os faz eficientes na lavoura, porém causa danos ao meio ambiente.

“Eles conseguiam vender facilmente seus produtos porque eles realmente tinham eficácia, além de serem mais baratos, cerca de 65% do valor do produto original. Entretanto, a substância utilizada na fórmula que garantia a eficiência do agrotóxico falso foi banida a muito tempo das lavouras por contaminar o meio ambiente de forma sistemática”, explica o delegado.

A polícia continua em busca de Vanderson Rodrigues Neves, 33 anos, suspeito de integrar a quadrilha. Em sua casa, localizada em Naviraí (MS), foi cumprido mandado de busca e apreensão e agrotóxicos provenientes do Paraguai foram encontrados.

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