Uma operação conjunta entre o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e o recém- criado Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítima de Crime (Nurcia) para a fiscalização de boates em Curitiba, na noite de terça-feira, resultou na prisão de Luiz Fernando Salomão, 55 anos e sua amásia Deaira Aparecida Vieira, 40. O casal foi preso depois que os policiais encontraram duas adolescentes, de 15 e 17 anos, trabalhando supostamente como prostitutas, na boate Sanders Drink?s Bar, localizada na Rua Jaime Costa, Parolin. Luiz e Deaira foram autuados por favorecimento a prostituição infantil e venda de substância que pode causar dependência (bebida alcoólica) a menor de 18 anos, crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Além da Sanders Drink?s, a operação fiscalizou ainda outras duas casas noturnas, mas apenas uma delas também foi fechada. A “Saara”, localizada no Batel, estava aberta irregularmente e foi obrigada a cerrar as portas. Segundo o delegado do Cope, Marco Antônio Goes, no momento da batida policial não havia mulheres trabalhando no local, mas mesmo assim foi feita a verificação de documentação e de possível existência de drogas no local. O cão farejador “Tyson”, da raça labrador, se incumbiu da tarefa de procurar entorpecentes, mas nada foi encontrado.
Versão
Luiz Fernando afirma não ter participação nenhuma com os negócios Sanders Drink?s e que estava no local por ser freqüentador assíduo, além de ter um romance com Deaira. Ela, por sua vez, diz que não sabia que as meninas eram menores de idade e por isso achava não estar praticando crime. O delegado informou que todas as garotas que trabalhavam no local foram ouvidas e confirmaram que o casal gerenciava a casa. Sobre o crime de prostituição, a adolescente de 15 anos confirmou que mantinha relações sexuais com clientes, conforme afirmou Marco Goes. “As meninas ainda ganhavam comissão nos drinques pagos pelos clientes. Cerca de R$ 2,00 por bebida”, explicou.
As adolescentes prestaram depoimento e foram encaminhadas às suas respectivas famílias, em Itaperuçu e Curitiba. “Elas receberão apoio psicológico dos Conselhos Tutelares”, informou o delegado.
Primeiro trabalho
O Nurcia foi criado em 18 de maio desse ano pelo Governo do Estado para atuar em casos de exploração contra crianças e adolescentes. O Núcleo ainda não possui estrutura operacional e conta somente com os delegados Claudio Teles e Ana Claudia. Ainda serão disponibilizados para trabalhar no Nurcia mais dois escrivães e quatro investigadores. Quem desejar repassar informações sobre a exploração infantil pode entrar em contato com o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) pelo fone 224-949. Esse foi o primeiro caso atendido pelo Nurcia.