Pedestres e comerciantes dizem que a
Praça Rui Barbosa não é mais a mesma.

A Praça Rui Barbosa, localizada no centro de Curitiba, está longe de ser um lugar tranqüilo, onde as famílias podem passear sossegadas e os casais podem sentar nos bancos para namorar. O local está se tornando um reduto de marginais, onde os assaltos a pedestres e comerciantes já viraram uma constante.

O taxista Valério de Assis, que há seis anos atua na praça, diz já ter presenciado uma série de assaltos. Segundo ele, falta policiamento no local. “Ontem mesmo (na sexta-feira) veio uma moça pedir ajuda aos taxistas dizendo que havia sido assaltada. Fomos com ela procurar um policial e não achamos nenhum”, lembra. “Os assaltos ocorrem em plena luz do dia, mas costumam ser mais intensos após as 18h”, completa.

Há alguns meses, o também taxista Pedro Ribeiro Carvalho desceu do ônibus Pinheirinho, atravessou a praça e, alguns metros depois, foi atingido com uma paulada no pescoço. “Os assaltantes me bateram e, quando caí no chão, me assaltaram. Eu não consegui me levantar de imediato e, quando vi, tinham levado minha carteira com R$ 70 dentro”, conta. “Nenhum policial apareceu para me ajudar”, revolta-se.

Na tarde da última sexta-feira, o pipoqueiro Sérgio Luiz Machado Beller, que há um ano trabalha na Rui Barbosa, foi ameaçado por marginais. “Eu estava trabalhando normalmente quando percebi que dois rapazes estavam de olho no carrinho de pipocas. Eles ficaram rondando por um tempo e depois vieram bem perto da gaveta onde o dinheiro fica guardado. Nesse momento, minha namorada chegou e acabou os assustando. Eles foram embora, mas tive a impressão que um deles estava armado”, afirma. “Fiquei tremendo por um bom tempo. A praça está muito perigosa. Dá até medo de vir trabalhar”.

Comércio

Além dos assaltantes, bêbados e meninos de rua que cometem pequenos furtos também amedrontam pedestres e comerciantes. O proprietário de uma distribuidora de doces localizada na parte externa da rua da cidadania da praça Rui Barbosa, Eugênio Tung, é vítima constante dos garotos de rua. “Eles entram no estabelecimento para roubar mercadorias ou por diversão, só para bagunçar. Eu mesmo tenho que barrá-los na porta do estabelecimento, pois a polícia nunca aparece quando a gente precisa”.

Policiamento

Segundo o responsável pela primeira companhia do 12.º Batalhão da Polícia Militar, capitão Luiz Marcelo Maziero, quatro viaturas e seis policiais de moto cuidam da segurança na região da Praça Rui Barbosa. A expectativa é de que, dentro do período máximo de oito meses, candidatos remanescentes do último concurso realizado pela PM, em 2001, que atualmente passam pelo curso de formação de policiais, sejam incorporados ao batalhão. “Esperamos um reforço de dez novos policiais”, declara.

O capitão informa que, de outubro do último ano até a última sexta-feira, apenas doze ocorrências foram notificadas pela PM. O número, considerado pequeno, demonstra que as vítimas, na maioria das vezes, não estão dando queixa à polícia. “As pessoas estão deixando de nos comunicar sobre os ocorridos, o que faz com que os casos de violência não cheguem até nós”, explica. “Tudo, até pequenas infrações, devem ser comunicadas. Só assim os órgãos competentes poderão se mobilizar e intensificar a segurança”.

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