Depois de mais um dia de trabalho, o porteiro Antônio Bispo de Souza, 52 anos, chegava em casa, quando foi atingido na cabeça por uma bala perdida. Ele morreu horas depois, no Hospital do Trabalhador.
Eram 20h15, quando três homens assaltaram uma panificadora, na Rua João Bettega Júnior esquina com a Rua Camilo Brendo, na Vila Pompéia, Tatuquara. Eles roubaram R$ 530,00 e desceram a rua atirando. Um dos tiros acertou a cabeça de Antônio. Gravemente ferido, o porteiro foi atendido pelo Siate e encaminhado ao hospital, onde não resistiu.
O comerciante, que prefere não ser identificado, contou que estava fechando o estabelecimento – junto com sua esposa -, quando chegaram os três homens. Um ficou vigiando do lado de fora, os outros dois entraram. ?Pensei que ele tinha contratado seguranças para evitar roubos, quando vi os homens fechando a porta?, contou uma moradora.
Armados com revólveres, os bandidos ordenaram que o comerciante entregasse todo o dinheiro. ?Este já é o quarto assalto?, contou. Em seguida, os criminosos foram embora. Os dois que invadiram a panificadora embarcaram em uma motocicleta. Na tentativa de ver em que tipo de moto os ladrões fugiram, o comerciante resolveu espiar através do muro. ?Quando ouvi os tiros, me abaixei e não vi mais nada?, contou.
Tiros
Antônio estava chegando do serviço. Desceu do ônibus e seguia tranqüilamente pela Rua Camilo Brendo. Faltava poucos metros para chegar em casa, na Rua Antônio Sarot, quando uma bala acertou sua cabeça. Os criminosos, que atiraram a esmo, desapareceram.
Moradores contaram que Antônio era um excelente vizinho e não costumava se envolver em confusões. Há pouco tempo, ele e a família mudaram de São Paulo para Curitiba, talvez em busca de uma cidade mais tranqüila, mas não foi isso que encontraram. ?Aqui é perigoso. Segurança não existe nenhuma?, disse José Gil de Paula, que mora na rua onde ocorreu o crime.
?A segurança no nosso bairro é falha. O Delazai (referindo-se ao secretário de Segurança Pública) fala que a segurança do Paraná é boa, mas é a secretaria mais falha de todas. Resumindo, não temos segurança. Só o secretário acha que tem. Talvez ele tenha, mas o povo não tem nenhuma?, desabafou Edmir da Silva. ?No Tatuquara temos medo de levantar cedo porque não sabemos o que vai acontecer durante o dia?, acrescentou.