População de Colombo está amedrontada

O medo e a indignação estão mobilizando os moradores de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. Só este mês oito jovens foram assassinados nas imediações do bairro Jardim Monza. Além disto, estudantes são assaltados com freqüência na ida e na volta da escola e professores já foram ameaçados com armas de fogo. Para pedir uma solução para o problema, os moradores criaram um fórum permanente de discussão e ontem foram até a Câmara Municipal pedir providências aos vereadores.

O diretor do Colégio Estadual Helena Kolodi, Adão Aparecido Xavier, diz que a população não agüenta mais a onda de violência que atingiu a região. Dos oito jovens assassinados três eram ex-alunos do colégio. Os crimes foram brutais e as causas ainda não foram esclarecidas. Um dos jovens recebeu um tiro e como não morreu, os assassinos apedrejaram sua cabeça. Segundo o diretor, o rapaz tinha 19 anos e era trabalhador. O colega que o acompanhava também levou um tiro e morreu.

Outro crime que chocou os moradores foi o assassinato de um jovem de 23 anos que cursava o 4.ª ano de marketing, não tinha envolvimento com drogas e pertencia a uma família bem-estruturada. Ele foi levar a namorada em casa e na volta foi atacado com várias facadas. ?Ele chegou em casa com a faca cravada no pescoço pedindo ajuda. Foi horrível?, comenta o diretor. Na última segunda-feira, um aluno foi esfaqueado dentro de um supermercado do bairro. ?As vísceras saíram para fora. Ele está no hospital. Os crimes são todos muito violentos?, diz.

A escola atende seis áreas de ocupação irregular e além das mortes, os assaltos também são freqüentes. O diretor diz que os alunos são vítimas até durante o dia e ninguém circula com tênis de marca para não ficar sem. Há também várias brigas, motivadas por rixas entre grupos rivais. As aulas num colégio no bairro Monte Castelo estão começando mais cedo para que os alunos sejam dispensados às 21h30 e não às 22h45. ?Os professores tem medo de ir embora depois desse horário?, declara Adão.

Segundo o chefe do Setor de Planejamento e Operações do Comando da Capital, tenente Douglas Sabatini Dabul, a Polícia Militar precisa que a população faça reclamações e denuncie os crimes, porque as operações são realizadas em cima dos dados estatísticos. A partir de agora a segurança no bairro será reforçada.

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