Gustavo Wendler, 21 anos, neonazista preso pelas mortes de duas pessoas, confirmou ontem que os líderes da organização tinham ligações com um político do Estado de São Paulo.

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Ele disse desconhecer seu nome, mas é categórico em afirmar que os mandantes tinham esse contato. A informação já foi repassada à polícia paulista. O suposto líder do Neuland (terra nova em alemão), Ricardo Barollo, 34 anos, também era membro de um partido de direita paulista.

Wendler, mesmo sem advogado constituído, afirmou que quer se beneficiar da delação premiada e contar o que sabe – de nomes de integrantes a planos do movimento pelo País, não apenas no sul como se acreditava. Ele também disse saber que os líderes mantinham contato com grupos da Argentina e do Chile.

Ontem, o Centro de Operações Especiais (Cope) ouviu outras cincos pessoas que fariam parte do movimento. Desse grupo, Wendler evitou falar, mas deixou passar que alguns dos que prestaram depoimentos eram seus colegas.

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Wendler se refere ao grupo sempre como “movimento”. A esposa dele, Rosana, também está disposta a colaborar com a Justiça e ingressar no programa de delação.

Ele se disse arrependido pelas mortes de Bernardo Dayrell Pedroso, 24, e Renata Waechter Ferreira, 21, mortos em abril em Quatro Barras. Negou que conhecia o plano arquitetado por Barollo na morte dos dois. Barollo quando vinha a Curitiba ficava no apartamento de Wendler. A polícia acredita que ele esteve na capital, antes do crime ser concretizado.

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Wendler disse que conheceu ele através de outros amigos quando tinha 17 anos, em Curitiba. Ele contou que voltou a se aproximar no grupo no ano passado, após a morte de sua mãe.

Paraná

O delegado Francisco Caricati, do Cope, declarou, ontem, que até o momento, “nenhum político paranaense” está envolvido com o grupo de neonazistas preso em Curitiba.

Do político paulista e que teria ligações com as pessoas presas, entre estes do economista Barollo, todas as informações foram repassadas para a polícia paulista. Não foi divulgado o nome nem o grau de envolvimento do político.

O promotor Octacílio Sacerdote Filho, de Campina Grande do Sul, já havia informado que os membros do “movimento” estariam infiltrados nas legendas políticas, como é comum na Europa.