Policial preso seria traficante

O policial civil Paulo Roberto Mesquita, lotado como superintendente da delegacia de Piraquara, está preso desde quarta-feira de manhã, acusado de tráfico de drogas. Pela mesma acusação, também foi detido Valdevino Machado, conhecido como “Tico”, um informante da polícia que é suspeito de ser parceiro de Mesquita em outras atividades ilícitas. O pedido de prisão foi feito pela promotoria de Almirante Tamandaré, onde Mesquita mora e onde também já atuou como investigador.

A prisão dos dois foi executada pelo Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gerco), da Promotoria de Investigação Criminal (PIC). O delegado Miguel Stadler, da PIC, informou que no momento em que Mesquita era detido na delegacia de Piraquara, outro grupo de policiais cumpria um mandado de busca e apreensão na residência dele. Lá foram encontradas algumas pedras de crack e diversas armas. Ontem a PIC confirmou, através da assessoria de imprensa, que algumas dessas armas apreendidas estavam em situação irregular. Mesquita está recolhido na carceragem da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, em Curitiba, e Valdevino Machado, na delegacia de Tamandaré.

Surpresa

O delegado de Piraquara, Germino Marques Bonfim Filho, disse ontem que foi pego de surpresa com a ordem de prisão contra o superintendente. “Nunca presenciei nem soube de nada que desabonasse a conduta do Mesquita, nem como investigador nem como superintendente”, declarou o delegado, observando que não tomou conhecimento dos termos da acusação e que não sabia que havia uma ação penal contra ele.

A reportagem da Tribuna apurou – junto a fontes que não querem se identificar por medo de represálias – que Mesquita e Machado tomavam a droga apreendida de usuários e traficantes presos, e depois revendiam em locais combinados, em alguns municípios da Região Metropolitana.

Informante

Mesquita já havia trabalhado com Bonfim na delegacia de Tamandaré – lá, quando o delegado assumiu, ele era investigador plantonista. “Mesquita foi designado para aquela delegacia, não foi requisitado por mim quando fui trasnferido para lá. Mas logo mostrou empenho no trabalho, ajudando a derrubar uma quadrilha que agia no município, então o designei como superintendente quando fomos transferidos para Piraquara”, informou o delegado. Germino Bonfim confirmou que Valdevino Machado era informante da polícia em Tamandaré. “Eu vi este cidadão umas duas vezes na delegacia de lá. Depois, ele pediu para trabalhar comigo em Piraquara, mas eu não quis”, relatou.

O delegado Germino disse que responderá interinamente pela superintendência até designar outro policial para o cargo. O promotor de Tamandaré, responsável pelo pedido de prisão de Mesquita e Machado, não foi localizado ontem para comentar detalhes do caso. (BM)

Comerciante reforça acusações contra policiais

O dono de um mercado em Almirante Tamandaré disse ontem à reportagem da Tribuna que já foi extorquido várias vezes pelo policial Paulo Roberto Mesquita e pelo parceiro dele, Valdevino Machado. O comerciante pediu anonimato porque tem medo. “Esses dois já aprontaram um monte em Tamandaré. E são poderosos, porque foram acobertados por outros policiais, inclusive um delegado e um ex-superintendente”, acusou.

Segundo o comerciante, Mesquita e Machado paravam em bares, armazéns e mercados da região, usando uma camioneta, em meados do ano passado. Machado entrava dizendo que era da polícia e que tinha ordem para recolher as máquinas caça-níqueis enquanto Mesquita aguardava no carro. “Sem apresentar nenhum documento, sem mandado nem nada, eles simplesmente recolhidam as máquinas. Depois as revendiam para um receptador da Região Metropolitana, por R$ 250,00 cada uma”, contou. “No meu mercado eles entraram mais de uma vez. Cansei de ser extorquido por eles”, disse o comerciante.

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