A frase mais ouvida entre os populares que se aglomeravam em volta do Peugeot 206 placa ANA-6076 era ?ninguém está livre da violência?. Dentro do carro estava o corpo do policial civil Antônio Carlos Oliveira, 45 anos, morto com quatro tiros, depois de ter sido vítima de um suposto seqüestro relâmpago, na noite de quarta-feira. O veículo colidiu no muro de um condomínio residencial, na Rua Guararapes, quase esquina com a Rua Dario Veloso, no Água Verde. O policial estava junto com a esposa, que passou mal e teve de ser hospitalizada.
A ação dos marginais teria começado em frente ao Shopping Água Verde, quando o casal saía do estacionamento. Dois homens armados abordaram o veículo e ordenaram que Antônio passasse para o banco do passageiro. Um deles assumiu a direção e o outro foi para o banco traseiro com a esposa do policial.
Poucos minutos foram suficientes para que os bandidos – que eram escoltados por um terceiro comparsa em um Gol branco, modelo antigo -identificassem que a vítima era policial civil. Nas proximidades da via rápida, sentido bairro -centro, houve uma discussão entre Antônio e os assaltantes, seguida de luta corporal.
Alguns moradores do condomínio contaram para a polícia que, antes dos tiros, ouviram os gritos da discussão. Antônio sacou a sua pistola e tentou atirar por três vezes.
Os dois primeiros tiros falharam e o terceiro travou o pente da pistola.
Antônio, que estava lotado no 1.º Distrito Policial, foi ferido com dois tiros na barriga e um em cada perna. Na confusão, o motorista perdeu o controle do veículo e colidiu contra o muro do condomínio. O trio de assassinos fugiu pela mesma rua com o Gol branco.
Dúvida
Segundo o investigador Sidnei, da Delegacia de Homicídios (DH), dentro do carro foram encontradas duas armas, uma pistola, calibre ponto 40 e outra, calibre 45. ?Uma das armas temos certeza que era da vítima, inscrita na Polícia Civil, mas a outra ainda vamos verificar se era particular dele ou se era de um dos assaltantes?, disse o investigador.
Vários policiais civis e militares participaram de uma busca intensiva. A primeira informação apontava que os bandidos teriam fugido para Fazenda Rio Grande, mas até o final da tarde de ontem ninguém havia sido preso.
Policiais da DH foram até o local, mas, quando perceberam que se tratava de um seqüestro relâmpago, com tentativa de roubo, passaram o caso para a Delegacia de Furtos e Roubos (DFR). Ontem, o delegado Rubens Recalcatti, da DFR, afirmou que estão sendo ouvidas testemunhas e que, a princípio, os assassinos não levaram dinheiro da vítima. Caso as investigações apontem para homicídio sem tentativa de roubo, as informações serão compartilhadas entre as duas delegacias.
