Um policial militar de folga reagiu a um assalto e feriu um bandido, no início da tarde de ontem, no Uberaba. Durante o confronto, um conhecido do PM também foi baleado. Mesmo ferido com dez tiros, Adriano da Silva Fialho, 27 anos, integrante de uma quadrilha de sequestradores, chegou com vida ao Hospital Cajuru. O amigo do PM, Antônio Ribeiro de Almeida, 27, foi atingido por três disparos, um deles na cabeça, e levado em estado grave ao Hospital do Trabalhador.
Os soldados Mazeppa e Matos, do 20.º Batalhão da Polícia Militar, explicaram que o soldado, de 31 anos e lotado na Ação Integrada de Fiscalização Urbana (Aifu), negociava a venda de um Chevette com Antônio. No início da tarde, os dois foram até uma agência bancária no Portão, para pegar o dinheiro referente à compra do carro.
Seguidos
Os dois retornavam, quando, por volta das 13h30, na Rua Tucum, foram surpreendidos por dois assaltantes, na motocicleta Honda CG, com a placa APT-7861 coberta com um pano branco. “Acredito que os assaltantes seguiram o carro desde o banco”, supôs o soldado Mazeppa.
Os marginais deram voz de assalto e reagiram assim que o policial se identificou e sacou a pistola. Houve intensa troca de tiros, que terminou com o assaltante e o comprador baleados e o carro crivado de balas. O comparsa de Adriano conseguiu escapar a pé.
Peneira
Adriano foi atingido com pelo menos dez tiros nos pés, pernas, braço, peito, e atingindo órgãos vitais, como rim e pulmão. Mesmo peneirado de balas, o assaltante resistiu até a chegada do Siate. Os socorristas ficaram espantados de a vítima ainda estar viva e consciente. Antônio, ferido pelo assaltante, levou tiros na cabeça, barriga e braço.
Com o marginal, foi recuperada uma pistola calibre 380 com 15 munições deflagradas. “Ele descarregou a arma”, comentou Mazeppa. A pistola foi entregue na Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), onde foi registrado o boletim de ocorrência. O dinheiro da transação não foi levado. O PM não teve o nome divulgado.
Tatuagens denunciam quadrilheiro
Ao constatar as várias tatuagens em Adriano, os policiais perceberam que ele era um bandido experiente. A suposição foi confirmada pelo delegado Rodrigo Brown de Oliveira, titular da DFR, ao conferir a ficha do bandido, que tem passagens pela polícia em São Paulo e de Santa Catarina.
Em 2009, ele participou do sequestro da professora Benta Pivatto e de seu filho, de 3 anos, em Penha, litoral de Santa Catarina. O crime teve repercussão nacional. Mãe e filho foram mantidos reféns por cerca de 30 horas até serem liberados em São Paulo após o pagamento do resgate de R$ 57 mil, entregue a um motoqueiro numa estrada na região de Curitiba.
O líder da quadrilha, Rafael Borba, foi preso dias depois e é concunhado de Adriano. Ele chocou o país ao divulgar um filme em que ensinava técnicas de assalto e agressão ao filho, de 4 anos, e à sobrinha, de 3, filha de Adriano.