Sem chance de reação

Policial militar é morto pelas costas por um menor

As policias Militar e Civil investigam a morte do policial militar Antonio Edvilson Silva, 45 anos, lotado no 12º Batalhão, que foi executado por volta das 2h de sábado em um bar na Rua José Ribeiro de Cristo, no Pilarzinho. Dois menores foram apreendidos com a arma utilizada e um homem conhecido como “Juca” é apontado pela família como mandante do crime.

Antônio foi morto com um tiro de espingarda 12 milímetros nas costas. O detalhe é que, no mesmo bairro, durante a madrugada, bandidos fizeram outra execução. Márcio Souza Santos, 34 anos, foi morto com quatro tiros na cabeça, na Rua Joaquina Seixas Chagas de Andrade. Segundo testemunhas, dois homens em uma moto preta pararam ao lado da vítima e o carona efetuou os disparos.

Familiares disseram que as duas mortes estão relacionadas, mas a polícia não confirma a informação. De acordo com informações da Polícia Militar, no primeiro caso, do policial, a vítima morava próximo ao bar e costumava frequentar o local. O assassino não levou a arma da vítima, nem a carteira, o que levanta a hipótese de algum acerto de contas. Nenhuma testemunha quis dar informações sobre o assassino. Já no segundo caso, a polícia acredita ser uma briga de gangues.

Assalto

Apesar das informações da PM, um familiar, que não quis se identificar por medo de represália, contou a reportagem da Tribuna que o crime aconteceu por causa de um assalto. “Márcio era amigo de Antônio e foi assaltado. Ele pediu ajuda e a PM encontrou os objetos do roubo com um traficante, que mandou mata-los por raiva”, disse um dos parentes. O familiar definiu o traficante como um homem perigoso, com mais de três homicídios na ficha criminal.

Segundo os familiares, o homem identificado como “Juca” estava no bar onde o crime aconteceu para ter certeza que os adolescentes matariam o policial. Após a morte do PM, a família contou tudo à Polícia Civil, que levou o homem para ser ouvido na Delegacia de Homicídios. “Ele negou tudo e nós sabíamos que isso iria acontecer, mas todos sabem que foi ele que mandou matar o Antônio”, afirmou o parente. Por falta de provas, “Juca” foi liberado, mas o celular dele foi apreendido para perícia.

A PM considera que essa hipótese é a principal linha de investigação a partir de agora. “Os crimes aconteceram muito próximos um do outro e nós temos alguns indícios que levam a crer que a família está certa, mas tudo será investigado pela Delegacia de Homicídios”, disse o capitão Kredens.

Segundo o PM, os depoimentos dos dois adolescentes que foram apreendidos serão decisivos para que a polícia chegue aos autores e envolvidos. “O que acreditamos é que muito mais gente está envolvida na morte do nosso companheiro, até mais do que o que a família acha. O que precisamos é descobrir quem era o verdadeiro dono da arma e o carro encontrado com os meninos. Nós vamos atrás junto com a Polícia Civil”, explicou o capitão.

Respostas

O capitão falou que a parte da resposta à comunidade e, principalmente, aos familiares de Antônio já foi dada. “Nós não vamos desistir enquanto não encontrarmos os autores de fato e descobrirmos a motivação”. Antônio Edvilson Silva foi definido pelo capitão como um policial atuante, que se preocupava com a comunidade e que pode ter morrido por conta das informações que passava até mesmo nos períodos de folga para ajudar a prender criminosos.

Os dois garotos suspeitos foram encaminhados à Delegacia do Adolescente (DA), onde permanecem apreendidos. A delegada Tamara Greshner, da DA, e os policiais da Delegacia de Homicídios, não comentaram sobre as investigações. Segundo os policiais, com o decorrer da semana, novidades devem aparecer e serão divulgadas.

O policial militar foi enterrado na manhã de ontem no Cemitério São ,Marcos, no Pilarzinho. Antônio recebeu honras militares e aplausos de toda a comunidade que o conhecia. “O que nós queremos é Justiça e entender o que aconteceu. O único defeito dele é que vivia para proteger as pessoas de bem e não se preocupava que poderia deixar alguém revoltado com isso”, disse um familiar. O PM deixa esposa e três filhas, uma de seis, outra de 17 e outra 24 anos.

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