Nove anos depois de ter se envolvido na morte do policial civil Flávio Maria Pedroso, o policial militar Odair José da Silva foi levado a julgamento, ontem, pelo 1.º Tribunal do Júri, e condenado por lesão corporal seguida de morte a 5 anos em regime semiaberto.

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Com esta pena ele não perde o cargo na corporação. Outro PM acusado no mesmo processo, Renildo Teixeira Cardoso, trocou de advogado e o defensor pediu adiamento, sob alegação de que teria que estudar o processo.

O crime ocorreu no Campo do Santana, onde Flávio morava. O policial civil havia saído do serviço e foi a um bar, no fim do dia. Quando saía a pé do estabelecimento, voltando para casa, foi abordado pelos militares.

“Foi revistado porque era negro e estava embriagado. Como estava sem documentos, os militares não acreditaram quando Flávio disse que era policial. A abordagem foi mais ríspida e o civil reagiu”, explicou o promotor Marcelo Balzer.

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Renildo deu dois disparos, mas apenas um acertou a vítima de raspão, na perna. Os militares algemaram Flávio e, depois de agredi-lo, o levaram à delegacia. A vítima passou mal e teve que ser levada a um hospital, onde morreu três dias depois. Em juízo, os militares alegaram que confundiram Flávio com um assaltante que procuravam.

Homicídio

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Em vez de condenar Odair por homicídio, o juiz proferiu sentença por lesão corporal seguida de morte. O promotor explica que, além dos tiros não terem saído da arma de Odair, não foi o disparo que tirou a vida do civil.

Foram as lesões, que ocasionaram a falência de órgãos internos no corpo da vítima. “Se os militares quisessem mesmo matar, teriam descarregado a arma. Eles só quiseram mesmo agredir antes de levar Flávio à delegacia”.