A costumeira agitação de carros, de pais e de alunos em frente a estabelecimentos de ensino ficou mais conturbada no início da tarde de ontem, no bairro Batel. Por volta das 12h30, o investigador Ademir Pontes, lotado na Delegacia de Homicídios, foi baleado quando apanhava a filha em frente ao Colégio Dom Bosco. Ferido, foi encaminhado por socorristas do Siate para o Hospital Evangélico. Ele está consciente, conversando e, aparentemente, não corre nenhum risco, segundo relato de companheiros.
O policial, segundo foi apurado, havia parado a sua camioneta Blazer em frente ao colégio, para buscar a filha. De repente, uma motocicleta com dois homens se aproximou e, em seguida, testemunhas afirmaram ter ouvido disparos. O garupa da motocicleta foi quem efetuou os tiros e há informações de que ele tenha chegado a recarregar a pistola 380 que utilizava.
O policial foi atingido por um tiro no braço, que transfixou e se alojou no peito. Mesmo ferido, ele revidou os disparos, mas não se sabe se algum dos indivíduos foi alvejado. O atirador fugiu correndo e entrou em um Golf prata, que desapareceu em seguida. O motoqueiro também empreendeu fuga.
Assalto?
Para a polícia trata-se de uma tentativa de assalto, entretanto, o delegado Stelio Machado, titular da DH, não descartou a possibilidade de atentado. Isso porque o atirador chegou a recarregar a pistola e continuou atirando contra o policial.
Há possibilidade de que as câmeras de vídeo do colégio tenham conseguido gravar o momento da ação dos marginais. A partir das cenas a polícia vai tentar identificar os atiradores.
O policial Pontes trabalhou nos últimos três meses em investigações no bairro Cajuru, atrás de quadrilhas que agem na região. Ele teria recebido ameaças de morte anteriormente. A Delegacia de Homicídios investiga o caso e contará com o apoio do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).
Mais tiros
Por volta das 20h45 de terça-feira, um casal acusado de realizar assaltos dentro do estacionamento da Pontifícia Universidade Católica (PUC), no Prado Velho, foi preso. Pelas primeiras informações, o casal foi apanhado graças ao auxílio de seguranças que trabalham no estacionamento. Houve troca de tiros antes da prisão. Ao casal é atribuído o roubo de rádios e demais acessórios de carros. A polícia investiga se os detidos têm participação em outros crimes. Hoje o caso deve ser apresentado à imprensa.
PM duela duas vezes com o mesmo traficante
Duas trocas de tiros envolvendo policiais militares e um grupo acusado de envolvimento com o tráfico de drogas agitaram a Vila Macedo, em Piraquara, na noite de terça-feira e manhã de ontem. Como resultado dessas ações um homem foi preso e outro baleado. O policial militar Adriano da Silva, lotado na Companhia da Guarda da PM, do Palácio Iguaçu, teve participação nas duas situações.
Conforme informações do superintendente da delegacia local, Valdir de Córdova Bicudo, na noite de anteontem o policial retornava para casa, em Piraquara, quando deparou com três indivíduos comerciando drogas. Ele se aproximou e deu voz de prisão para eles. Como não possuía algemas, Adriano tirou o próprio cinto e amarrou dois deles, que foram identificados posteriormente como Márcio Antônio Camargo Neves, 23 anos, o “Marcinho”, e outro como “Coquinho”. O terceiro indivíduo, Christian Renato Santos de Barros, foi levado pelo PM até um orelhão para a chamada de reforço policial. Durante o telefonema, “Marcinho” e “Coquinho” conseguiram se desvencilhar do cinto que os prendia e saíram correndo, atirando na direção do PM.
Minutos mais tarde, viaturas da Polícia Militar chegaram e realizaram diligências na região, mas não encontraram os fugitivos. Christian foi levado à delegacia. De acordo com o superintendente, foi constatado que o detido era apenas um viciado que comprava um “papelote” de droga e que os fugitivos teriam envolvimento com o tráfico na região.
Novo tiroteio
Na manhã de ontem, por volta das 8h, Adriano caminhava com destino ao seu trabalho quando, na Rua Fortaleza, Vila Macedo, encontrou novamente com “Marcinho”. Os dois sacaram suas armas e um novo tiroteio aconteceu.
Márcio foi atingido por três disparos: pescoço, cabeça e pernas, e foi encaminhado ao Hospital Cajuru. O estado de saúde dele é grave e permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
As duas armas utilizadas no confronto (o revólver calibre 38, do policial, e uma pistola calibre 380, de “Marcinho”) foram entregues na delegacia. Um Inquérito Policial Militar (IPM) deve ser aberto para apurar responsabilidades.
Na mesma região, há cerca de um mês, um policial do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) foi morto.