Outro lado

Policial aposentado elogia atendimento de médica

Em 2006, a ex-investigadora do Cope Lisandra Elaine de Oliveira, hoje com 36 anos, sofreu um AVC e permaneceu 90 dias na UTI, dois meses em coma. Durante 60 dias, os pais de Lisandra, também ex-policiais José Carlos e Letícia Oliveira, foram autorizados a permanecer na UTI.

Dedicação

José Carlos, conta que ela só sobreviveu graças à dedicação da médica Virgínia Helena, diretora da UTI do Evangélico, e que ficou chocado ao ler a notícia de sua prisão. Ontem, ele procurou o Paraná Online em defesa da médica.

O policial aposentado disse que, enquanto permaneceu na UTI, soube de erros médicos, principalmente de médicos residentes, porém, nunca ouviu nada que desabonasse a conduta de Virgínia. “Ela entrava na UTI se posicionando e determinando o que fazer com cada paciente. Demonstrava que conhecia cada um deles”, contou.

Rigor

Segundo José Carlos, a médica era conhecida pelo extremo rigor com funcionários e pela dedicação aos pacientes. “Havia comentários que ela era um demônio para funcionários e um anjo para os pacientes. Nunca ouvi uma reclamação contra ela no tempo em que passei lá. O rigor era porque não podia haver erro”.

José Carlos acredita na inocência de Virgínia, que tratava todos os pacientes sem discriminação, sendo eles do SUS ou não. “Um dia, um promotor que havia sido baleado durante um assalto chegou inconsciente no hospital sem identificação. Ninguém sabia quem era ele”, enfatiza.

Além disso, Virgínia é lembrada por sempre primar pela higiene e por checar constantemente os equipamentos que monitoravam os doentes.

Médicos unidos pra investigar

A Secretaria Municipal da Saúde indicou ontem três médicos para atuarem como observadores no Hospital Evangélico. Segundo a prefeitura, o objetivo é assegurar a continuidade do atendimento aos pacientes e apurar irregularidades. A equipe é formada pelo ortopedista Luiz Carlos Sobania, o médico intensivista Ilmar José Ramos Carneiro Leão e o médico e auditor Mário Lobato da Costa. Eles trabalharão em conjunto com o médico Maurício Marcondes Ribas, indicado pelo Conselho Regional de Medicina.

Estrutura

Ex-secretário estadual da Saúde, Luiz Sobania coordena a equipe, que vai verificar as condições de funcionamento do hospital. A supervisão das atividades da UTI Geral, onde teriam acontecido os crimes que levaram à prisão de Virgínia Soares de Souza, ficará a cargo de Carneiro Leão, atual coordenador do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu).

A sindicância para apurar eventuais irregularidades ocorridas no local será conduzida pelo médico Mário Lobato da Costa, que é auditor do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), órgão do Ministério da Saúde.

O Hospital Evangélico abriu sindicância para apurar as denúncias e ainda não se manifestou sobre o assunto.