Dois sócios, o estagiário e um cliente de um escritório de advocacia foram presos em flagrante suspeitos de cárcere privado e extorsão. Eles ameaçaram de morte um empresário falido, para que ele pagasse pelo menos parte de sua dívida. Entre os detidos estão os sócios João Juvenil da Silva, 39 anos, e Diógenes Gonçalves, 32 anos, sargento aposentado da Polícia Militar que se formou em Direito e abriu o escritório; o estagiário de Direito José Doim Cordeiro Filho, 22 anos, e o cliente Pedro Itamar Colaço, 34.
A vítima, de 29 anos, contou ao Paraná Online que tinha uma empresa de importação e exportação. No entanto, numa das transações com uma fabricante chinesa, perdeu dinheiro e faliu. Com isto, ficou devendo dinheiro a duas empresas brasileiras. Segundo relatou ao delegado Gerson Machado, do 6.º Distrito Policial (Cajuru), uma das empresas com que tinha a maior dívida – R$ 240 mil – contratou o escritório de advocacia para fazer a cobrança.
Serviços
O empresário acertou com o escritório prestar serviços gratuitamente aos advogados, como forma de abater parte do valor. Desta forma, trabalhou por cerca de um ano no escritório, fazendo serviços diversos. “Como eu tinha experiência em comércio exterior, fazia muitas cotações para eles. Fiz o site do escritório, até telefone eu atendia”, relatou a vítima. Neste meio tempo, além dos serviços prestados – sem receber salário -o rapaz já havia pago quantias menores.
Na tarde de quinta-feira, os dois sócios do escritório trancaram o rapaz numa sala e, com o estagiário e o cliente, teriam feito ameaças ao devedor. Segundo o delegado, tomaram da vítima R$ 1 mil e queriam mais garantias que ele pagaria a dívida. Entre as ameaças, disseram que iam cortar os dedos da vítima, além de matar o rapaz e a família dele. O empresário conseguiu chamar um advogado amigo seu e a Polícia Militar, que prendeu os suspeitos em flagrante.
Autuados
Machado autuou os quatro por cárcere privado, extorsão e formação de quadrilha. João Juvenil também foi autuado por falsidade ideológica e posse ilegal de arma. Na gaveta da mesa dele, no escritório, a polícia encontrou uma pistola calibre 380 com três carregadores. Ele também se dizia detetive particular e usava uma carteira falsificada de policial civil. Como Diógenes é sargento aposentado, ele ficou preso num dos quartéis da PM.
