Fogo amigo

Policial acusado de matar colega alega legítima defesa

Apresentou-se na Delegacia de Homicídios (DH), o policial militar Marcelo Silva Alves, 30 anos. Ele é suspeito de matar a tiros o colega de farda, o soldado Fábio Skoba Santos Bueno, 31, na madrugada de quinta-feira, no estacionamento do Rancho Brasil, no Uberaba. Marcelo foi interrogado, indiciado em inquérito e entregue à tutela da Polícia Militar, que tinha mandado de prisão disciplinar contra ele. Por conta disto, o acusado está preso no quartel da PM.

Marcelo chegou à DH, por volta das 16h30, e não conversou com a imprensa. Foi levado à sala do delegado Cristiano Quintas e, em seguida, ao cartório para ser interrogado. O advogado do acusado, Elias Matar Assad, usará a tese de legítima defesa, pois seu cliente alegou que matou Fábio por não saber que tratava-se de um policial militar o abordando.

De acordo com o delegado Rubens Recalcatti, depoimentos de testemunhas e imagens das câmeras do estabelecimento revelam que Marcelo brigou com uma mulher no estacionamento, chegando a agredi-la. Depois, atirou para o alto, chamando a atenção de Fábio, que sacou sua arma e se aproximou de Marcelo, para abordá-lo. De acordo com depoimentos, Fábio se identificou como policial e deu voz de prisão ao suspeito. Quando Marcelo também se identificou como policial, Fábio abaixou a arma, como mostram as imagens, e foi baleado por Marcelo. Antes de fugir, o atirador revistou os bolsos da vítima.

“Perdeu”

Marcelo disse a seu advogado que atirou porque Fábio não realizou uma abordagem dentro das técnicas policiais. Ao invés de se identificar como militar, Fábio teria gritado “perdeu, perdeu”. Por isso, Marcelo atirou, mesmo após o “rival” ter abaixado a arma. Sobre a revista feita no cadáver, Assad diz que seu cliente, que já tinha tomado a arma de Fábio, foi ver se o ferido portava mais alguma arma.

A arma de Marcelo e a outra, que ele levou da vítima, não foram entregues à polícia. No entanto, o advogado garante que serão apresentadas. Por ser policial, Marcelo tinha porte de arma. Mas, por algum problema disciplinar, estava com o porte suspenso. Por conta disto, não podia exercer função de rua e estava trabalhando internamente, na Central de Operações Policiais Militares (Copom).

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