Policiais suspeitos de extorsão estão na cadeia

O último policial civil que estava com prisão temporária decretada pela Justiça, sob acusação de estar envolvido na rede de pedofilia e extorsões, se apresentou no início da tarde de ontem à Corregedoria da Polícia Civil. "Com os três policiais que se entregaram nesta semana, fechamos o grupo de 14 policiais civis que estão envolvidos nas denúncias", disse a corregedora Charis Tonhozi Negrão.

De acordo com Charis, o policial chegou na Corregedoria acompanhado de seu advogado. "Agora, ele também será indiciado pelos mesmos crimes e será interrogado", afirmou a corregedora. Segundo ela, a delegada Daisi Dorigo Barão iniciou ontem os interrogatórios dos policiais presos.

Na última sexta-feira, dois delegados, seis investigadores, um escrivão e dois agentes administrativos foram presos na operação batizada como "Navalha na Carne". Todos são acusados de crimes de concussão (extorsão feita por funcionário público), formação de quadrilha, exploração sexual comercial infanto-juvenil, corrupção de menores, estupro e atentado violento ao pudor. Na terça-feira, dois policiais do 7.º Distrito (Vila Hauer), também se apresentaram.

Inquérito

A Corregedoria da Polícia Civil tem até domingo para finalizar o inquérito, em que doze policiais e dois assistentes de segurança foram indiciados. Agora, só falta cumprir a prisão temporária de uma advogada, apontada como intermediária nas negociações; e de Luciana Polerá Correia Cardoso, 21 anos, apontada como a mentora do esquema.

O promotor Cláudio Franco Felix informou que, na segunda-feira, o inquérito deverá ser remetido à Promotoria de Investigação Criminal (PIC), onde ele e seu colega Walber Alexandre de Souza vão analisar o conteúdo e terão cinco dias para oferecer a denúncia contra os acusados. "Se for necessário, serão feitas outras investigações", disse.

Denúncia

De acordo com a acusação, Luciana aliciava meninas com idade entre 11 e 14 anos, e promovia encontros amorosos com empresários selecionados pela internet. As denúncias de que os encontros entre as garotas e o pedófilo eram marcados em  motel ou apartamento. Quando todos estavam nus, uma das meninas ia ao banheiro. Seria o sinal para que Luciana chamasse os policiais civis, que já aguardavam no local. Eles invadiam o cômodo e exigiam de R$ 5 a R$ 35 mil para não efetuar as prisões.

No dia 28 de abril, um engenheiro foi levado ao 4.º DP, e não aceitou pagar o valor. Ele avisou o filho, que denunciou o caso à corregedoria. O flagrante foi feito e as investigações apontaram envolvimento de policiais do 4.º Distrito (São Lourenço), 7.º (Vila Hauer) e 12.º (Santa Felicidade).

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