Policiais são denunciados por extorsão

Dois policiais das Rondas Ostensivas Tático Móveis (Rotam) da Polícia Militar foram denunciados por concussão (extorsão praticada por funcionário público) pelo Grupo Especial de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Eles já estão presos preventivamente acusados de outro caso de concussão e associação para o tráfico, denunciado em julho pelo mesmo Grupo durante a Operação Maresias II.

As investigações apontaram que, em agosto de 2009, os policiais abordaram um garoto com um cigarro de maconha na Vila Torres, em Curitiba, e encaminharam o jovem para o 2.º Distrito Policial para a elaboração de um termo circunstanciado. No pátio da delegacia, eles teriam exigido R$ 30 mil do preso, supondo que ele poderia pagar por ser filho do dono de um barracão de reciclagem.

“Os policiais geralmente chutam um valor para ver o que sai. A quantia nunca é fixa, é sempre negociada e cobrada de pessoas mais suscetíveis, que tem algum envolvimento com o crime”, explica o procurador de Justiça Leonir Batisti, coordenador do Gaeco.

Segundo o procurador, o pagamento foi combinado para o dia seguinte em frente a um supermercado, no Jardim Botânico. Como nem o pai nem o garoto compareceram, os policiais começaram a fazer ameaças por telefone. “A ameaça principal era plantar drogas no barracão para acusar o jovem de tráfico”, revela Batisti.

Os policiais teriam baixado o valor exigido para mil reais, mas a família não pagou e procurou o Ministério Público. “Temos elementos outros que ratificam as provas testemunhais e certeza absoluta de que temos como provar à Justiça que este crime aconteceu”, frisa o procurador.

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