Além da arma, da insígnia da corporação, da carteira funcional, da algema, o colete à prova de bala é um dos suprimentos fundamentais que o policial recebe quando começa a trabalhar na Polícia Civil.
No entanto, no Paraná, a maioria dos investigadores, delegados e agentes de operação anda desprotegida, sem o uso do colete, conforme denunciou um policial civil.
Segundo o presidente do Sindicato dos Sindicato das Classes de Base da Polícia Civil do Estado do Paraná (Sinclapol), André Gutierrez, que assumiu o cargo no dia 15 de setembro, a maioria dos policiais que está na ativa hoje vai a campo sem o colete balístico e constantemente se encontram diante do iminência de perder a vida. Já os coletes que estão sendo utilizados pelo efetivo já passaram da validade, segundo contou o presidente do Sinclapol.
“Não adianta só comprar arma e viatura, tem que ter colete”, reclamou. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública, a compra da proteção para as polícias Civil e Militar está em fase de licitação, que chegou a ser suspensa pela Justiça Estadual, porque uma das empresas entrou com mandado de segurança.
Em agosto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu liminar que permitiu o pregão. No recurso, o governo do Paraná sustentou que “o prazo de validade dos coletes já expirou” e que, por isso, os policiais “podem correr risco de morte em confronto com os bandidos”, segundo publicado em nota do STJ.
A Sesp informou que a empresa que ganhou o novo pregão foi desclassificada por problema na documentação e entrou com recurso, que está sendo analisado pela assessoria jurídica da Secretaria de Estado da Administração.
O órgão informou ainda que todo policial tem seu colete e que cada um é orientado pelo superior, seja na Polícia Civil ou na Polícia Militar, sobre em que circunstância usar. “Se o colete venceu, o comando logo providencia novo”, diz a Sesp.
Estrutura
Antes de assumir como presidente do Sinclapol, Gutierrez era agente em operações policiais da delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, município da região metropolitana que liderou em setembro as estatísticas de homicídios.
Em março, ele presenciou a troca de comando na delegacia, depois da descoberta de um esquema de extorsão, que terminou com vários policiais presos, entre eles a delegada-titular que foi substituída pelo delegado Rafael Vianna, então recém-formado na Escola de Polícia Civil.