Uma ação desastrada de policiais militares do 12.º Batalhão terminou com um inocente baleado, no final da noite de domingo, no Parolin. A “trapalhada” se deu quando Paulo Roberto Stricker, 34 anos, voltava da igreja, acompanhado da mulher e dos dois filhos uma garota de 15 anos e um bebê de oito meses.
Uma dupla de policiais, que procurava por um Fiesta roubado, se confundiu e atirou no veículo de Paulo, que tem as mesmas características. Pelo menos três disparos acertaram a lataria do carro e um perfurou o banco do motorista e acertou as costas do condutor.
Imediatamente, os policiais perceberam o erro cometido, colocaram a vítima na viatura e a levaram ao Hospital do Trabalhador. Paulo foi submetido a uma cirurgia e permanecia internado em estado grave.
Na tarde de ontem, o comando da Polícia Militar informou que os dois policiais, que não tiveram os nomes divulgados, foram afastados do serviço operacional. A confusão começou por volta das 23h, quando um Fiesta branco placa AKM-8976, ocupado por dois rapazes, foi roubado por uma dupla de marginais, próximo ao Hipermercado Extra do bairro Água Verde.
As vítimas foram levadas no porta-malas do veículo até a Rua Daisy Luci Berno, no Parolin. Os rapazes foram abandonados seminus e chamaram a polícia, enquanto os criminosos fugiram com o carro.
No momento em que os policiais conversavam com as vítimas, passou o carro de Paulo, que também é um Fiesta branco e a placa, AKO-4892, começa com as mesmas letras. De acordo com os policiais, devido à semelhança, os rapazes reconheceram o veículo como sendo o deles, o que deu início à perseguição.
Na versão da polícia, a equipe tentou abordar o carro de Paulo, quando ele parou na Rua João Parolin, próximo à Rua 24 de Maio. Porém, o motorista teria acelerado.
Não se sabe porque Paulo acelerou, mas foi apurado que ele estava sem habilitação e havia débitos do veículo. Os policiais continuaram perseguindo o Fiesta até que atiraram na tentativa de atingir os pneus. Cerca de oito disparos foram efetuados e um deles acertou as costas de Paulo.
Rapidamente, o condutor ferido, a mulher e os filhos saíram do carro. Os policiais perceberam que não eram os suspeitos que eles procuravam e socorreram a vítima.
Paulo foi colocado na viatura e internado no hospital. Horas depois, o verdadeiro carro roubado foi encontrado pelo Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) e levado à Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV).
Afastados
O comandante do Policiamento da Capital (CPC), coronel Jorge Costa Filho, admitiu que houve erro por parte dos policiais, que foram afastados de suas funções e submetidos a exames de dosagem alcoólica e toxicológico. As armas foram recolhidas e enviadas à perícia e foi determinado instauração de Inquérito Policial Militar (IMP) para apurar as circunstâncias da abordagem.
“As atitudes adotadas pelos policiais não são as ensinadas pela instituição. A prioridade é sempre a preservação da vida. Eles deveriam ter feito acompanhamento tático e pedido apoio a outras viaturas para formar um cerco”, declarou o coronel. O comandante lembrou que um dos policiais está há 15 anos na corporação, enquanto o outro entrou há 2 anos.
