O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público não tem data para iniciar o interrogatório do grupo de 16 pessoas, entre elas dez policiais civis, preso na terça-feira, na delegacia de Alto Maracanã, em Colombo.

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Segundo o promotor Leonir Batisti, coordenador do Gaeco, está sendo dado prosseguimento à análise do material apreendido nas casas dos policiais e na delegacia, após o cumprimento dos 25 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça da Comarca de Colombo.

Reunidos ontem pela manhã, os promotores envolvidos na investigação não chegaram a um consenso quanto ao destino dos presos. Até o final da tarde eles ainda não sabiam se pediriam à Justiça a prorrogação das prisões temporárias (decretadas por cinco dias e que vencem no domingo) ou se pediriam a transformação delas em prisão preventiva, que pode manter os suspeitos encarcerados por até 180 dias.

Apontados como os “cabeças” da organização criminosa, que extorquia traficantes de drogas da região, obrigando-os a pagar valores que variavam de R$ 2 mil a R$ 30 mil, a ex-delegada titular Márcia Rejane Vieira Marcondes e o marido dela, o escrivão e superintendente José Antônio Braga, também ainda não haviam sido interrogados pelos promotores.

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Defesa

“Amor, amor, negócios a parte.” Ao menos é o que o defensor da delegada Márcia Rejane Vieira Marcondes, o advogado Beno Brandão, deixou claro ontem ao falar de sua cliente.

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Segundo ele, o trabalho de defesa envolve apenas a delegada, recolhida no Centro de Triagem I, na Travessa da Lapa e não se estenderá ao marido dela, o superintendente Braga.

De acordo com o defensor, Márcia só deverá ser ouvida na próxima semana, após o pedido de prorrogação da temporária ou preventiva. Até ontem ele havia recebido somente um relatório com 150 páginas, contendo as acusações contra o grupo.

“Deste total, em apenas cinco páginas, contando com o currículo e dados pessoais, constam o nome da delegada. As demais não revelam nenhuma grande armação”, disse Beno, que já requisitou os CDs com gravações das escutas telefônicas e de todos os depoimentos das pessoas que acusam o grupo.

Já o advogado Matheus Gabriel Rodrigues de Almeida, defensor do superintendente José Antônio Braga, informou ontem que analisa a documentação que teve acesso – o mesmo relatório que Beno recebeu – e que tomará uma medida concreta se ocorrer o pedido de prisão preventiva.

Se vier a acontecer, prometeu ingressar de imediato com uma habeas corpus, para tentar libertar o seu cliente. De acordo com ele, é prematuro fazer qualquer comentário, principalmente porque o policial tem um ficha funcional sem mácula, e precisa ter o direito de se defender em liberdade.