A entrevista concedida pelo governador Beto Richa, na edição desta quarta-feira (15), ao Paraná TV a respeito da possibilidade de greve das polícias Militar, Civil e Científica causou repercussão entre membros da corporação.
Logo após a entrevista, policiais se comunicaram pelo rádio, usando palavras de baixo calão, ofensivas, fazendo piadas e ironizando as declarações do governador, que anunciou um aumento para a base da polícia militar de 17,5% de ganho real, mais a reposição da inflação, o que chegaria a 23%. Já para a Polícia Civil, Beto Richa informou que o aumento proposto pelo governo é de 20%, mais a reposição da inflação.
Questionado a respeito da tabela de subsídios enviada pelas entidades das classes policiais, Beto disse que seu governo assumiu um compromisso e está negociando com as entidades, mas que não pode quebrar o estado para atender todas as reivindicações por aumentos salariais.
Richa acredita que a proposta do governo será aceita pelos policiais já que, segundo ele, esse aumento colocaria a polícia do Paraná em segundo lugar no País. “Eu não sei de profissionais de qualquer segmento da sociedade que tenha recebido um aumento desse percentual no último ano”, afirmou o governador.
Já o presidente do Sindicato das classes policiais civis do Estado do Paraná (Sinclapol), André Gutierrez, disse que a proposta do governo não recupera as perdas dos policiais civis e que também não há ganho real para as classes finais.
“A tabela beneficia um pouco apenas as classes iniciais e, pelas nossas contas, o aumento anunciado pelo governador não colocaria a polícia do Paraná em segundo lugar no País”, afirmou Gutierrez.
Gutierrez disse que uma assembleia da categoria está marcada para hoje (15), a partir das 18:30, na Sociedade Universal, no bairro Prado Velho, onde a categoria discutirá a proposta apresentada pelo governador.