O pânico tomou conta de uma família, na madrugada de ontem, no Cajuru. A dona de casa Marlene Civiti Oveçar, 48 anos, e seus filhos, de 23 e 17, foram acordados às 5h20 por cerca de 12 policiais que, vestidos de preto e encapuzados, invadiram a casa dela. Eles estouraram o portão, bateram no cachorro e quebraram a porta de vidro da cozinha. Os policiais (civis e militares) procuravam por um envolvido na Operação Sudoeste, que investigava roubo de caminhões e cargas e falsificação de documentos.
Segundo Marlene, ela acordou assustada quando ouviu o vidro da porta da cozinha estilhaçar. Acreditando que a casa era invadida por assaltantes, ela disse para a filha se trancar no quarto e correu atrás do filho. Quando chegou no quarto dele, viu o garoto deitado no chão e sendo algemado com os braços para trás. ?Gritei que não tinha dinheiro e que iria chamar a polícia. Um deles olhou pra mim e disse que não precisava, pois a polícia já estava ali?, contou Marlene.
A mulher pediu para que não machucassem o filho dela e que os policiais retirassem a algema. O pedido só foi atendido quando os policiais foram embora, depois de cerca de meia hora.
Eles mostraram o mandado de busca e apreensão e contaram que procuravam por um indivíduo chamado Carlos Alberto Bussato, acusado de estelionato e receptação de veículos, até formação de quadrilha e falsificação de documentos. ?Tive que mostrar a carteira de trabalho de meu marido e a nossa certidão de casamento para mostrar que ele não era o criminoso procurado?, contou Marlene. Assustada, a família denunciou a truculência na corregedoria.
Desculpas
De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), a coordenação da operação afirmou que lamenta o fato, assume o erro e que vai apurar o que aconteceu. Eles garantiram que vão entrar em contato com a família para saber quais foram os prejuízos e ressarci-la.