Policiais femininas podem fazer revistas

A ?festa? das mulheres do tráfico de drogas, principalmente na região central de Curitiba, está com os dias contados. Para bater de frente no crime organizado – que tem na venda de entorpecentes a sua mola mestra – o 12.º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo patrulhamento em 35 bairros da capital, está iniciando um rigoroso treinamento com policiais femininas, que passarão a integrar as equipes das Rondas Ostensivas Tático Motorizadas, a Rotam. Tropa de elite do batalhão, a Rotam conta com policiais bem -treinados e que usam armamento diferenciado.

A presença de mulheres nas equipes facilitará as investidas contra mulheres que atuam no comércio de drogas.

A formação das policiais estará a cargo do tenente Lima, comandante do Pelotão Rotam do 12.º BPM. Dono de um currículo invejável e instrutor de matérias como Táticas para Confrontos Armados

e Técnicas de Abordagem e Operações Especiais, ele está selecionando quatro voluntárias para iniciar um intenso treinamento de 30 dias, que as habilitará a receber o braçal da Rotam.

A iniciativa tem o incentivo da tenente-coronel Aparecida, comandante do 12.º BPM, primeira mulher a alçar tal patente na Polícia Militar do Paraná. Mais do que ninguém, ela aposta na competência feminina e está certa de que as novas equipes terão êxito no trabalho.

Dificuldades

Há muito tempo que o tenente Lima alerta para a dificuldade que os policiais militares encontram no combate ao comércio de drogas feito por mulheres. Pelo fato de não poder revistá-las, muitas vezes os policiais deixam de fazer importantes prisões e de desarticular quadrilhas de traficantes.

?Não ponha a mão em mim que eu te denuncio.?

É a primeira coisa que uma traficante grita, quando da aproximação de PMs.

Elas conhecem as normas e se prevalecem disso. A idéia de colocar policiais femininas na Rotam vai resolver esta limitação. ?A policial vai receber o mesmo treinamento que os homens e vai atuar nas rondas diuturnas, fazendo as revistas nas suspeitas?, assegura o tenente Lima.

A primeira das policiais selecionadas, está em treinamento há pouco mais de uma semana. A soldado Caroline já prendeu quatro mulheres traficantes e apreendeu quase uma centena de pedras de crack, escondidas em lugares inimagináveis.

A Tribuna estará acompanhando todo o treinamento das policiais que desejam integrar a Rotam para lutar de frente contra o crime.

Caroline, a primeira

Sem a farda ela parece uma adolescente. Porém, fardada e empunhando uma arma, Caroline Felix Barbosa, 19 anos, se transforma. A partir do momento em que entra na viatura, a jovem que recentemente terminou o Curso de Formação de Soldados, na Academia Policial Militar do Guatupê, sabe que está a serviço da sociedade. Ela é a primeira policial feminina a entrar em treinamento para compor a Rotam do 12.º Batalhão da PM, com sede na Santa Quitéria.

A dureza dos exercícios físicos e das técnicas a serem assimiladas não assustam Caroline, que estudou no Colégio da Polícia Militar – por influência de uma amiga de sua mãe – e lá já se apaixonou pela corporação. Ela fez vestibular para entrar no Curso de Formação de Oficiais, mas ficou em terceiro lugar e só existiam duas vagas para mulheres. Este ano tentará de novo. Enquanto não conseguir, vai atuar como soldado. ?Gosto das ruas, gosto do trabalho difícil?, diz a jovem policial, que é noiva de um dentista e diz receber todo o apoio do futuro marido para trabalhar como policial.

Em breve duas outras policiais, soldados Caroline e Karina, de 19 e 22 anos, também recém-formadas, iniciarão os treinamentos para a Rotam. E mais uma policial está sendo selecionada para compor a equipe. Elas, caso aprovadas após 30 dias de ?dureza?, serão as pioneiras neste tipo de policiamento.

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