Policiais federais em greve fazem manifestação hoje às 14h em frente à Assembleia Legislativa, para mostrar à população a insatisfação da categoria. O ato faz parte da paralisação de 48 horas dos agentes, escrivães e papiloscopistas da PF no Paraná, iniciada na segunda-feira (26). As reivindicações envolvem desde o fim do assédio moral até a reestruturação da carreira.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Paraná (Sinpef-PR), a adesão entre os escrivães, agentes e papiloscopistas foi total. Apenas 30% do efetivo continua trabalhando para cumprir a legislação. Vicentine afirma que há quatro anos os policiais federais estão em negociação com o governo e as reivindicações não mudaram. “Queremos o fim do assédio moral, a reestruturação e o reconhecimento da carreira, melhores condições de trabalho e maior efetivo”, pontua. O assédio moral, uma das razões para a greve dos policiais, é a exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas.
Evasão
Outra bandeira defendida pelo sindicato é a diminuição da evasão dos agentes. Conforme Vicentine, por ano cerca de 200 policiais partem para outras carreiras, porque não existe valorização nem meritocracia na profissão. “Nos últimos três anos e meio 50 policiais federais morreram, dos quais 25 foi suicídio. A luta contra a corrupção está nos matando”, destaca o presidente do sindicato.
O efetivo no Paraná hoje é de aproximadamente 500 policiais federais, quando, segundo Vicentine, a necessidade é de pelo menos mil. “Somente nas regiões de fronteira o ideal seria termos cerca de 3.500 policiais. Para ter uma ideia, quando cheguei a Curitiba, em 1989, tínhamos 180 policiais federais; hoje são 110”, ressalta. A defasagem na Polícia Federal afeta diretamente a população. “Aumento do contrabando, dos tráficos de drogas e de armas, migração ilegal e corrupção”, são algumas consequências citadas por Vicentine.
Os serviços de atendimento à população – emissão de passaporte, registro de armas e controle de produtos químicos -continuam funcionando, embora possa haver lentidão por causa da redução do efetivo.