Confronto armado

Policiais e traficantes trocam tiros na Vila Torres

Entrar na Vila Torres está difícil até para a polícia. As reformas estruturais no entorno da favela não mudaram em nada o espírito violento das vielas estreitas. Nova troca de tiros entre traficantes e policiais militares do 12.º Batalhão esquentou ainda mais a tarde desta sexta-feira (10). Debaixo de calor de mais de 30ºC, os PMs patrulhavam a Rua Plínio Barroso de Castro, quando um suspeito abriu fogo contra eles.

Allan Costa Pinto
PMs não descuidaram um minuto.

Houve correria. Em pouco tempo, cerca de cinco viaturas chegaram para reforço. O marginal, com dois comparsas, foi visto pulando muros de barracos e os PM montaram um esquema seguro para entrar atrás deles. Alguns se posicionaram na rua, para dar cobertura, enquanto outros, comandados pelo tenente Ovçar, conseguiram capturar três jovens. Apenas um deles era maior de idade.

No interior da residência, encontraram duas pistolas israelenses calibre 9 milímetros carregadas. Também foram apreendidas 221 pedras de crack, 27 buchas de cocaína, balança de precisão e várias máquinas fotográficas e celulares, que a polícia acredita serem produtos de roubo ou objetos de troca por entorpecentes.

Hostilidade

Na saída da vila, moradores atiraram objetos contra veículos das equipes de reportagem, mas não houve estragos nem feridos. As apreensões foram levadas pela PM para o 2.º Distrito Policial (Rebouças), junto com Rodrigo Carneiro, 18 anos. O suspeito, que tinha uma passagem por desacato, negou ter atirado contra os PMs. “Apenas pulei o muro porque tive medo de ser atingido por algum tiro”, tentou justificar. Entretanto, diante das drogas e pistolas apreendidas, ele foi autuado por tráfico e porte de arma. Os garotos foram levados para a Delegacia do Adolescente.

Guerra sem fim

No fim do ano passado, a vila sofreu uma onda de assassinatos. Em menos de 30 dias, cinco pessoas foram mortas a tiros, a maioria nas proximidades da Avenida Comendador Franco, corredor entre o centro da capital e o Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais. A briga entre as gangues, divididas pela Rua Guabirotuba, vem criando episódios violentos quase todo dia, desde o início do ano.

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