Denúncia

Policiais de Quatro Barras são acusados de tortura

Três policiais civis da Delegacia de Quatro Barras foram denunciados na segunda-feira (05) por tortura, falsidade ideológica e abuso de autoridade, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público. Até a manhã de hoje (07), eles ainda não haviam sido presos.

A vítima procurou o Gaeco no final de março relatando as agressões, e as investigações foram feitas por um delegado da Corregedoria da Polícia Civil, que trabalha no grupo.

A vítima é um motorista, que foi assaltado várias vezes e teve um transtorno psiquiátrico. Ele surtou no dia 12 de março, e testemunhas ligaram para a polícia, pedindo ajuda para ele.

‘Ele falava alto e estava agitado. Quando a polícia chegou, familiares e vizinhos interferiram dizendo que ele não oferecia risco, afinal não tinha xingado nem agredido ninguém, e que apenas estava perturbado. Ele resmungou, disse que ninguém iria prendê-lo, e então os policiais o imobilizaram, derrubaram e colocaram a algema‘, conta Leonir Battisti, procurador de Justiça e coordenador estadual do Gaeco.

Battisti afirma que os policiais prenderam a vítima apenas para mostrar autoridade, já que a prisão era desnecessária. O homem foi conduzido até a delegacia, ficou revoltado e xingou os policiais, alegando que era trabalhador e não tinha motivos para ser preso. Ele contou que então foi levado a um corredor e levou vários socos e chutes. Depois das agressões, foi liberado.

Além das lesões no supercílio, que já teve quando foi abordado, o homem precisou de atendimento no Hospital Evangélico para várias lesões que teve no corpo, entre elas um grave ferimento na uretra. Ele passou por uma cirurgia para normalizar o fluxo urinário e ficou com uma sonda, afastado do trabalho, por mais de dois meses.

‘A agressão a ele é considerada tortura. Os policiais queriam se vingar dele porque ele tinha feito a polícia ir até lá, e ele xingou os policiais‘, afirma Battisti. A prisão do homem foi justificada com um auto de resistência, elaborado pelos policiais. Por este documento, eles também foram denunciados por falsidade ideológica. A vítima ainda está em tratamento psiquiátrico e físico.

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