Policiais atiram no guardador de carros

Dois policiais militares foram autuados em flagrante por tentativa de homicídio no final da madrugada de ontem, na Rua Cruz Machado, centro. Eles envolveram-se numa confusão que culminou com um tiro na cabeça do guardador de carros Daniel Bezerra da Silva, 33 anos. O autor seria o sargento Wolney Israel Hoffmann, 25 anos, lotado no 13.º Batalhão da PM, que brigou com colegas de corporação ao ser detido.

A confusão aconteceu na saída de uma boate na esquina da Rua Cruz Machado com a Visconde de Nácar, às 5h. Na versão apresentada pelo sargento, pelo soldado Erich Alessandro Annies, 26 anos, também do 13.º BPM, e pelo casal que os acompanhava, Daniel e mais três ou quatro pessoas estranhas se aproximaram quando o grupo chegava no Fiat Uno do soldado, estacionado na rua. Um dos desconhecidos teria pedido dinheiro por cuidar do carro, mas como o proprietário negou, aconteceu uma breve discussão. O sargento disse que sacou sua arma para intimidar e houve um disparo acidental. O tiro acertou a testa do guardador de carros, mas não chegou a perfurar o crânio.

Prisões

Mesmo sangrando muito, Daniel ainda pediu socorro a uma viatura do 12.º Batalhão da PM, que fazia rondas na região. Ele disse ter sido baleado por ocupantes do Uno, que já estava 200 metros adiante. O carro policial alcançou os acusados e na abordagem Wolney e Erich, que estavam à paisana, identificaram-se como PMs. “Fizemos a vistoria e encontramos um revólver da PM, uma pistola e uma arma de brinquedo, além de 17 michas. Demos voz de prisão aos dois”, relatou o tenente Schmitz, do 12.º BPM. Enquanto isso, o Siate prestava atendimento a Daniel e o encaminhava ao Hospital Evangélico.

Segundo o tenente, o sargento Wolney ameaçou alguns curiosos que zombaram da detenção. “Mandei ele se conter. Chegando na Central de Polícia, agrediu nossa equipe com chutes e xingamentos ao sair do camburão”, disse Schmitz, que sofreu escoriações nas mãos ao tentar segurar o sargento. Wolney e Erich, que não resistiu à prisão, foram trancados no xadrez da Cepol.

Versão

Após liberação do hospital, Daniel foi ouvido pelo delegado de plantão na Central de Polícia, José Mário Franco, e deu outra versão do episódio. Ele afirmou estar acompanhado de apenas mais um guardador de carros, que nem chegou a se aproximar dos policiais. “Segundo ele, o sargento e o soldado apontaram as armas e houve dois tiros. Também teria recebido coronhadas”, relatou o delegado.

As armas encontradas no Fiat Uno foram recolhidas para exame de balística. O revólver tinha um disparo deflagrado. Só a perícia vai detectar se a pistola também foi utilizada.

Informações de testemunhas davam conta que mais de um tiro foi disparado na confusão. “Como há a dúvida de quem atirou, autuei os dois policiais. Só a perícia vai determinar o autor”, disse Franco.

O sargento e o soldado estão detidos numa unidade da PM. As polícias Civil e Militar abriram inquéritos para apurar o caso.

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