Polícia vai investigar procedência de jóias

O Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) e o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) vão abrir inquérito para investigar a procedência das jóias apreendidas em São Paulo, na casa do iraniano Amir Sharouzi, ex-sócio da empresa Medalhão Persa Ltda., durante a Operação Aladim, realizada na terça-feira. A polícia suspeita que algumas jóias revendidas nas lojas e nos leilões televisivos sejam roubadas e outras tenham sido trazidas ilegalmente para o Brasil do Irã e da Índia.

Ontem o Nurce apresentou jóias, dólares e armas sem documentação apreendidas durante a operação. O presidente da Associação dos Relojoeiros e Joalheiros do Paraná, Tufi Geara, foi chamado para ajudar na avaliação das jóias. Ele constatou que uma das peças, da Christian Dior, estava com seu número de registro raspado. "É como se um carro fosse encontrado com o chassi raspado ou adulterado e é forte indício de receptação de produto roubado", disse o delegado Sérgio Sirino, coordenador do Nurce no Paraná.

Vitrine

Um inquérito anterior à Operação Aladim, aberto pelo Cope, já apura o caso de uma mulher que identificou uma jóia que havia sido roubada em uma vitrine da loja Medalhão Persa em um shopping center de Curitiba. "A mulher estava passeando quando identificou, na vitrine da loja, uma jóia sua que havia sido roubada", contou o delegado Marcus Vinícius Michelotto, chefe do Cope.

Segundo Michelotto, outras jóias apreendidas na operação teriam sido trazidas ilegalmente da Índia e também do Irã. "Não encontramos registro de entrada destas peças e precisamos saber de que maneira elas estão entrando no Brasil, se os impostos estão sendo sonegados." Segundo o delegado, esse tipo de ação prejudica muito o comércio local, pois além de não pagar impostos, essas jóias são manufaturadas com mão-de-obra quase escrava, o que faz com que sejam muito mais baratas.

O Nurce também irá pedir à Justiça mandado para que possa abrir dois cofres encontrados na loja do Medalhão Persa, em um shopping de Curitiba. Segundo Sirino, os responsáveis pela loja estariam dificultando o acesso da polícia a estes cofres. "Queremos uma autorização judicial para a abertura forçada destes cofres. Uma funcionária nos informou que até uma réplica da estatueta do Oscar, que valeria R$ 300 mil reais, estaria guardada ali", revelou.

As investigações sobre as empresas do iraniano Youssef Amirkiai começaram no início deste ano, quando a Receita Estadual verificou que valores recebidos pela empresa não eram declarados ao fisco para escapar do pagamento do ICMS.

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