Polícia tira traficantes de circulação, mas a violência continua

Com dois tiros na nuca, um adolescente identificado apenas como ?Pequeno?, aparentando 15 anos, foi executado ao meio-dia de ontem, na Rua Capitão Tomás de Camargo, no bairro Cidade Jardim, em São José dos Pinhais. Apesar de estar com um revólver calibre 22 na mão, o jovem nem teve tempo de reagir. No bolso de ?Pequeno? foram encontradas várias pedras de crack e R$ 500,00 em dinheiro.

A polícia acredita que o crime foi motivado pelo tráfico de drogas, já que testemunhas informaram que perto dali tem um bar, que é usado pelos traficantes como ponto de vendas. ?Moradores contaram que ?Pequeno? também comercializava drogas?, salientou o investigador Milton, que esteve no local juntamente com o seu colega Edmilson. Devido ao horário, muitas pessoas circulavam pela rua, mas poucas delas se dispuseram a contar aos policiais o que aconteceu. ?As testemunhas que se prontificaram não se identificaram, temendo represálias?, lamentou Milton.

Os investigadores apuraram que pouco antes de ser executado, ?Pequeno? esteve em um bar nas proximidades, de onde saiu acompanhado do autor do crime. ?Talvez ele estivesse com a arma na mão porque temesse que algo acontecesse, mas o autor esperou ele dar as costas para efetuar os disparos?, contou o policial, que já tem o nome do suspeito do crime.

PM estoura reduto da droga no centro da cidade

Depois de muitas denúncias e vários dias de observação, a Polícia Militar fez, ontem de manhã, uma varredura no Hotel La Rocha, na Rua João Negrão, em frente ao terminal de ônibus do Guadalupe. Pedras de crack, instrumentos para consumo da droga, maconha e documentos de terceiros foram apreendidos.

O tenente Hudson Leôncio Teixeira, coordenador da operação que envolveu 30 policiais do Grupo Tático Reservado (GTR) do 12.º Batalhão e do Canil da Companhia de Choque, afirma que, em um ano, houve 24 denúncias de tráfico, consumo de drogas ou prostituição no hotel. Após as primeiras investigações, a Justiça emitiu um mandado de busca de apreensão no estabelecimento, cumprido às 9h de ontem.

Mais de uma dezena de pessoas foram detidas. Sete delas, incluindo dois travestis, duas prostitutas, um cliente que fazia um programa e o porteiro do hotel, foram apresentados à imprensa e depois encaminhados à Polícia Civil. Um dos travestis, Carlos Alberto Campos, 23 anos, é acusado de portar 39 pedras de crack.

Muitos cachimbos para consumo da droga foram apreendidos nos quartos, bem como carteiras de identidade e de trabalho – cuja origem será investigada -, seringas, remédios de uso controlado e outros objetos suspeitos.

Na operação, a PM descobriu nome e endereço de um traficante, acusado de fornecer droga para os hóspedes. No apartamento do suspeito identificado apenas como Serginho, na Rua Marechal Deodoro, a PM apreendeu o equivalente a 130 pedras de crack, sacolas plásticas picotadas usadas com invólucro para a droga, objetos como óculos de sol, carregadores de celular e CDs, possivelmente trocados por crack, e um cartão ?vip? do Hotel La Rocha. O morador do apartamento conseguiu fugir. ?Provavelmente foi avisado por alguém do hotel?, acredita o oficial.

Narcodenúncia em ação

Escondidas em um pé de tênis estavam as pedras de crack que levaram à prisão Deisi da Silva Lima, 24 anos. A mulher, que assumiu a posse da droga, foi presa em flagrante quinta-feira e apresentada ontem pela Delegacia de Antitóxicos (Datox). As 33 gramas de crack – que segundo o delegado titular da Datox, Alfredo Dib, são equivalentes a quase mil pedras minúsculas – estavam na casa de uma vizinha de Deisi, no Morro da Fumaça, no Uberaba. A proprietária da residência está presa por outro crime.

Ajuda

Deisi, que tem antecedente por uso de droga, afirmou que vendia o crack para ajudar a mãe. ?Fazia menos de um ano que mexia com isso?, disse a acusada, que afirma estar concluindo o ensino médio. Na residência ainda foram apreendidos R$ 300,00 em dinheiro, oriundos, confessa a mulher, de revendas anteriores de crack, e 80 papelotes usados para embalar a droga.

A prisão foi possível através de uma denúncia pelo telefone 181, do Narcodenúncia. ?O lugar era muito conhecido por usuários e moradores da região. O Narcodenúncia tem ajudado muito a polícia?, disse o delegado Dib.

Grávida apanhada com 38 kg de ?erva?

Nem a gravidez, muito menos a presença dos dois filhos, de 5 e 3 anos, impediu que uma mulher traficasse drogas dentro da própria casa. Ela foi presa em flagrante com 38 quilos de maconha, depois que outros três homens foram surpreendidos pela polícia ao sair da residência dela com dois quilos do entorpecente.

Segundo o major Fadel, da Rondas Ostensivas de Natureza Especial(Rone), na tarde de ontem os policiais trafegavam pela Vila Osternack, quando desconfiaram de três indivíduos que ocupavam o Gol placa JTC-0094. A equipe passou a persegui-los e quando os marginais perceberam, arremessaram uma sacola pela janela do veículo. Logo em seguida Ademir Ribeiro, 30; Paulo Alcione Machado, 30; e Reinaldo da Silva Santos, 29, foram abordados e detidos, e quando os soldados retornaram para apanhar a sacola, encontraram-na ?recheada? com dois quilos de maconha.

Ao ser questionado sobre o local onde comprou o entorpecente, o trio forneceu o endereço de uma residência situada no bairro Boqueirão. Os policiais foram até o local, na Rua Campo Mourão, onde encontraram 38 quilos de maconha junto com uma mulher que estava grávida e acompanhada dos dois filhos. Na casa também foram apreendidos quatro pneus e rodas, que haviam sido dados pelos três indivíduos como forma de pagamento. Segundo Paulo, esta era a segunda vez que ela apanhava drogas no local, e o responsável pelo comércio seria o marido dela, que conseguiu fugir dos policiais.

Ela, assim como os outros três indivíduos, foram presos em flagrante por trafico de drogas, porém a identidade da mulher não foi divulgada para não expor as crianças. Todos foram encaminhados para o 3.º Distrito Policial.

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