Foto: Walter Alves/O Estado

Edelmar Trindade e um
adolescente estavam lixando
a carroceria de um caminhão quando foram presos em flagrante.

continua após a publicidade

Investigadores da delegacia de São José dos Pinhais ?estouraram? um depósito de caminhões roubados na Rua Victor Gomes de Lima, Vila Iná, bairro Afonso Pena, na manhã de ontem. No local, detiveram em flagrante Edelmar Trindade, 35 anos, e um adolescente, que estavam lixando a carroceria de um caminhão para adulterar suas características originais. Os policiais encontraram também dois caminhões inteiros (um com a carga ainda intacta) e uma carreta carregada com empanados congelados. Entre cargas e caminhões roubados estima-se que a polícia tenha recuperado aproximadamente R$ 500 mil. O trabalho de investigação continua com a intenção de desmantelar o restante da quadrilha.

Na sexta-feira, o caminhão Mercedes-Benz, placa AKW-5836, carregado com portas de madeira, foi roubado em Araucária e o motorista abandonado amarrado em um matagal da região. O rastreador do veículo parou de emitir sinal nas proximidades de São José dos Pinhais. Diante dessa informação, a equipe formada pelos policiais Mirandinha, Sérgio, Colaço, Pedroso e Ademar realizou buscas pela região e encontrou o barracão suspeito. Foi montada campana no local até a chegada de algum suspeito. Na manhã de ontem o barracão foi descoberto.

Além do Mercedes-Benz roubado foi localizado um caminhão que estava sendo pintado e cuja carga (arroz) já havia sido vendida pelos marginas e também uma carreta frigorífica, placa LYB-7871 (Xaxim-SC), contendo empanados de frango. Segundo a polícia, o caminhão carregado com arroz foi tomado em assalto em Itajaí (SC). Já a carreta frigorífica, não se descobriu de onde foi roubada.

?Rodízio? incluía os três estados do sul

continua após a publicidade

De acordo com o chefe de investigação da delegacia de São José do Pinhais, Altair Ferreira, a quadrilha é bem-estruturada e age nos três estados do sul, roubando caminhões e cargas. Ela é dividida em grupos que realizam trabalhos distintos. Uma parte rouba e outra fica responsável por passar o material adquirido para frente. ?Eles também acharam uma maneira de desligar o sistema de rastreamento dos caminhões, o que era uma das armas das empresas de caminhões contra assaltantes?, explicou Ferreira.

Conforme as evidências encontradas, os caminhões roubados eram repintados e as carrocerias, lixadas, também recebiam nova pintura. Em seguida, eram aplicados adesivos com nomes de empresas falsas e que combinavam com notas fiscais também falsas emitidas pela quadrilha. Dessa maneira, ?esquentava-se? o transporte da mercadoria para que passasse sem problemas pela fiscalização. Normalmente, os caminhões e cargas roubados em Santa Catarina e Rio Grande do Sul eram vendidos no Paraná, e os roubados no Paraná, nos outros dois estados. Esse rodízio era realizado para confundir a polícia.

continua após a publicidade

Os investigadores de São José dos Pinhais vão entrar em contato com as polícias catarinense e gaúcha para obter mais informações sobre a quadrilha e roubos realizados nesses estados.