Polícia prevê reviravolta em Rio Branco de Sul

O superintendente Manoel Mendes, da delegacia de Rio Branco do Sul, disse que o caso da família dizimada na região do Limoeiro pode ter reviravolta. Um homem está preso e quatro estão com prisão decretada. Na manhã de ontem, a tristeza pelas cinco mortes tomou conta do município, durante o velório de Abraão Miranda, 59 anos; sua esposa, Isa de Oliveira Miranda, 58, e as filhas do casal, Vera, 28; e Rafaela, 15. O namorado de Rafaela, Eber de Oliveira Faria, 22, também foi assassinado junto com a família.

O casal e suas filhas foram encontrados mortos a pauladas, na manhã de quinta-feira, jogados no mato, em uma estrada secundária na localidade do Limoeiro. Um dia antes, a pouco mais de oito quilômetros, Eber foi achado morto, também com lesões na cabeça, e o seu carro queimado.

Investigação

Cinco suspeitos, citados nos autos pelas testemunhas, tiveram prisão preventiva decretada. Eloir de Paula já está detido na delegacia da cidade, seu irmão Derso, que já tem passagem na polícia por homicídio, está foragido. Na manhã de quinta-feira, antes mesmo de os corpos serem localizados, Derso já havia se apresentado na delegacia da cidade com um advogado. "Não o ouvimos, porque os corpos ainda não tinham sido encontrados. Esperamos que ele volte, pois se veio até aqui é porque tem algo a dizer", comentou Mendes.

O policial disse que uma possível reviravolta pode acontecer nos próximos dias. Segundo ele, uma segunda linha de investigação está tomando corpo e outros três suspeitos, parentes da família trucidada serão investigados. Mendes preferiu não dar mais informações para não atrapalhar o trabalho da polícia.

Carona

Os vizinhos da família afirmam que, na noite de terça-feira, por volta de 21h, dois homens, parentes de Abraão, chegaram na casa pedindo carona até o centro de Rio Branco. Como ele havia feito uma cirurgia cardíaca recentemente, pediu que Eber levasse os rapazes até a cidade. Depois disso, ninguém sabe o que aconteceu. Ainda, de acordo com os vizinhos, o Del Rey de Eber foi visto entrando no terreno em alta velocidade, por volta de meia-noite daquele dia. Vinte minutos depois, o carro teria saído em ponto morto, para não fazer barulho. Os dois fatos causaram estranheza aos moradores próximos, já que Eber costumava dirigir devagar, entrar em casa com cuidado e, quando saía, acionar o motor. Isso leva a supor que o Del Rey era dirigido por outra pessoa, talvez o assassino da família.

Crime causou insegurança

Adão e Isa moravam na zona rural há muito tempo e tinham quatro filhas. Vera e Rafaela, solteiras, moravam com eles na chácara. Marilda e Marina eram casadas e residiam na área urbana da cidade. Rafaela era estudante e Vera, que havia chegado de viagem recentemente, já estava de malas prontas rumo ao norte do Brasil. Viajaria a trabalho.

"Os sonhos deles foram roubados", sussurrou Terezinha Miranda dos Santos, irmã mais velha de Abraão. Da casa da família nada foi levado, o que descarta a hipótese de latrocínio (roubo com morte). Terezinha mora em uma das três casas construídas no mesmo terreno, onde morava seu irmão. Agora, depois da chacina, se sente insegura dentro da sua própria residência. "Não vai ser fácil continuar morando lá".

Crime

Na manhã de quarta-feira, vizinhos estranharam encontrar a residência aberta, com luzes acesas e o televisor ligado. A chacina começou a ser descoberta quando o carro de Eber foi encontrado queimado, à tarde, e o corpo do rapaz a poucos metros do veículo.

Familiares organizaram buscas pela região, e por volta de 8h30 de quinta-feira encontraram os corpos jogados no mato, na localidade do Limoeiro, mortos a pauladas. Isa e a filha Vera foram amarradas com um fio de luz. Aproximadamente 100 metros dali, no mesmo lado da rua, estava Rafaela, jogada em uma ribanceira. O pai da família foi encontrado no começo da estrada.

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