Policiais Civis da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (DEDC) prenderam seis suspeitos de tomar, ilegalmente, empréstimos em nome de funcionários públicos aposentados. De acordo com o delegado-chefe da delegacia, Marcus Vinícius Michelotto, os golpes aplicados pela quadrilha já somaram R$ 200 mil. Na Operação Lisura, realizada na manhã desta quarta-feira (10), em Curitiba, os policiais ainda cumpriram outros sete de busca e apreensão.

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Segundo o delegado, os seis presos na operação – Denize Aparecida Gabriel, Fernando Alessandro Gabriel Silveira, Thyago Gyorge Gabriel Silveira, João Silveira Filho, Ricardo Feitosa de Araújo e Miriam de Melo Correa – trabalhavam na Casa do Professor Primário, uma empresa que seria de Denize e que agenciava empréstimos a funcionários públicos.

No cumprimento dos mandados de busca e apreensão nas casas dos suspeitos, na Casa do Professor Primário e na Associação dos Servidores Federais, Estaduais e Municipais do Paraná, também gerenciada por Denize, a polícia apreendeu, três veículos, computadores, além de farta documentação que comprova a fraude.

De acordo com Michelotto, a investigação começou há cerca de três meses, quando algumas vítimas começaram a prestar queixa na delegacia sobre empréstimos, descontados em suas folhas de pagamento e que eles não haviam feito. “A partir do momento em que começamos a fazer os boletins de ocorrência desses casos, começamos a observar uma semelhança no modo como essas pessoas eram enganadas”, afirma.

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AGÊNCIA – A quadrilha agia por meio de uma empresa agenciadora de empréstimos para servidores públicos chamada Casa do Professor Primário. Os funcionários da Casa do Professor Primário faziam com que seus clientes deixassem os documentos e também a senha de acesso ao PRCONSIG (sistema para obtenção de financiamentos consignados em folha de pagamentos de funcionários públicos do Estado do Paraná).

“Além de fotocópias de documentos pessoais, comprovante de rendimento, de residência, dentre outros papéis, os funcionários desta empresa faziam com que seus clientes cedessem a sua senha, o que não é de praxe. Dessa maneira, os integrantes da quadrilha estavam com tudo o que era necessário para realizar novos empréstimos em nome dessa pessoa”, explica o delegado.

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Ainda segundo Michelotto, assim que a quadrilha cumpria o serviço solicitado pela vítima à Casa do Professor Primário, um dos integrantes ia até outra empresa que prestava os mesmos serviços se passando pelo funcionário público e realizava novos empréstimos. O valor dos empréstimos que eram feitos variava, chegando a valores altos, de cerca de R$ 20 mil.

RECONHECIMENTO – Alguns dos suspeitos já foram reconhecidos através de fotos por funcionários das empresas que agenciam empréstimos. “Iremos continuar as investigações para identificar mais vítimas que possam ter sido lesadas por essa quadrilha. É um trabalho muito importante a ser feito, já que a maioria delas segue pagando por empréstimos que não fizeram”, avisa Michelotto.

Entre os presos, apenas Ricardo que é advogado, possui passagem pela polícia por apropriação indébita, estelionato e tentativa de extorsão. Na sua residência foram encontrados diversos documentos de identidades falsos utilizados nos golpes. Todos vão responder por estelionato, falsidade ideológica e formação de quadrilha e ficam detidos à disposição da Justiça.

O delegado Michelotto alerta para que as pessoas tenham cautela quando precisarem de empréstimos. “As pessoas precisam tomar muito cuidado com documentos e senhas pessoais, e verificar a idoneidade das empresas que pedem estes documentos, para empréstimos ou qualquer outro tipo de transação comercial.”